Uma coisa a ciência me ensinou: duvido de tudo que não se
possa provar. É claro que o conhecimento e as verdades mudam com o tempo, mas
sempre que podemos reproduzir um fenômeno, mesmo que parcialmente, damos um
salto no nosso saber. Por isso adorei as declarações do Papa Francisco quando
anunciou a verdadeira integração simbiótica entre ciência e fé, evolução e
criação, ou o contrário, como julgarem melhor. Prova de que ele está muito
preocupado com a intolerância que tanto mal faz ao crescimento mental, social e
até mesmo fisiológico da humanidade. Mas o que me traz à pena é outro motivo. É
a crença que as pessoas têm em tudo que vê, ouve ou lê. A internet está tão
cheia de denúncias, dados e informações que está impossível fazer uma análise
desapaixonada da realidade. Subliminarmente falando, sei que é impossível nos
desligar do nosso inconsciente e deixar de lado nossa simpatia diante de
qualquer informação. Nossa memória é prisioneira de nossos interesses. É da
essência do ser. Entretanto julgo que devemos pelo menos parar um pouco e
refletir no que “eu” faria no lugar do “outro”. As leis existem para nos ajudar
a organizar a relação de interesses. Quem as faz é a maioria. Isto é o que
chamamos Democracia, palavra tão cara a tantos que esquecem que até mesmo ela e
seus princípios podem, foram e são arguidos por muitos. Basta ouvir os apelos
de alguns que pelas redes sociais pedem a volta da ditadura. Muitos se esquecem
de que aquela palavra é oriunda da antiga Grécia que adotava a escravidão como
coisa mais que natural. Mas este assunto é muito complexo e minha capacidade
filosófica não chega a tanto para uma abordagem mais profunda, por isso retomo
meu rumo para comentar sobre os compartilhamentos que a gente, me incluo para
assumir minha parte de culpa, faz a toda e qualquer postagem que agrada nossa
ideologia político social. Proponho aqui que nos transformemos em peneiras. Retenhamos por alguns
segundos, minutos, segundos ou até mesmo horas, diante do se vomita por aí.
Claro que encontraremos informações úteis que merecem a justa propagação, mas a
minha sugestão é que evitemos notícias sem fonte segura e que denigram a moral
do oponente. Construamos nossa página como se fosse a nossa cara. Não a
deixemos cheia de remendos mal feitos. Afinal deixamos de ser somente o que
comemos para ser também o que postamos.
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