Um texto não lido é como um amor não correspondido. Neste espaço quero compartilhar um pouco de meus escritos, dar e pedir sugestões de leituras,filmes, músicas e ...
quinta-feira, 31 de dezembro de 2020
2021
terça-feira, 29 de dezembro de 2020
Desumanização
Mais que o futuro ecológico do planeta, o que está em jogo e questão é o processo civilizatório da humanização. Quando o pensamento critico e o exercício imperativo da razão se quis ser mais real do que a ideação mágica, experimentamos mudanças estruturais na economia e na vida social que nenhuma era histórica anterior contou. O humanismo e seu filho predileto, o liberalismo, se insurgiram contra o servilismo e trouxeram a esperança de um mundo para todos. Do Renascimento até o Pós Guerra, o neto bastardo de Adam Smith viveu altos e baixos. Depois de sua última crise de identidade, o Capitalismo, irmão gêmeo da fênix, vê no questionamento de seus ancestrais, a cura para sua doença terminal. De posse da poderosa arma da mídia e da propaganda subliminar, ele tenta desacreditar a própria humanidade. Como crer numa humanidade que resgata valores outrora banidos da mera possibilidade como a tortura? Que homens são esses que matam mulheres que simplesmente escolheram outro destino longe do deles? Como não se insurgir contra a liberação irresponsável de armas? Que pensar de uma sociedade que renega os avanços dos direitos de negros e índios? É difícil entender direito o que estamos assistindo. Quero acreditar que seja os últimos estrebuchamentos de uma pequena porção de "entidades" que insistem em manter sua suposta superioridade e não um retorno a uma era de mera desumanização.
Verso Torto
Minha vida
É um verso torto:
Quando alegre, me calo,
Mas se estou triste,
explodo.
Se tenho febre
Congelo,
Mas se esfrio
Me queimo.
Quando eu amo
Machuco,
Mas se odeio,
Me entrego.
25.02.06
Ternura
Meu amor é leve,
Carga sem remorso.
Não me balança o coração
Nem me atormenta a alma.
Meu amor é terno
Como teu olhar,
Límpido como teu sorriso,
Tem a graça dos teus
passos.
Senta do meu lado
E me envolve
Com tua voz doce.
Entra no meu sono
E me enlouquece
Com teu cheiro.
Vem brincar comigo.
Pega a minha mão.
Chama-me de amigo
Beija-me como a um
irmão.
06.02.06
Quadra Para Quem se Ama
Pega na minha mão
vou te levar pra escola.
Princesa do meu coração,
cuidar de ti não tem hora.
14.09.06
Perdão
Bati na porta do tempo
que não pôde me atender.
“Estou ocupado com o
espaço,
que chegou antes docê”.
Perdi a hora e o rumo,
caí noutra dimensão,
dono do meu próprio mundo,
bicho livre, sem razão.
Abandonado pelos deuses
senti pesar a solidão.
Me vi carente de desejos
Sem pensar, sem coração.
Senti falta de teus beijos.
Voltei e te peço perdão.
13.09.06
Maria Menina
Te vejo menina
De noite, de dia
Espalhando magia
Que mais ninguém tem
Te vejo Maria
Mimosa, faceira
De mão na cadeira
Num eterno vai e vem
Te quero menina
De toda maneira
Sem dom e sem beira
Sem nenhum vintém.
Te quero Maria
A noite inteira
Em tua pele trigueira
Fugir pro além.
22.05.09
Dúvida
Algo resgatará
minha alma
quando meu corpo
encontrar o solo frio?
Se soubesse a resposta,
não teria medo
de pular desta janela,
nem a de encarar
a face severa de Deus.
13.07.06
Carinho
Toque suave do amor,
ar que alimenta a chama,
gota que mata o calor.
Vinho que desperta o
desejo,
vertigem que serena a dor.
Prenda-me com teu olhar,
me aperta de leve a mão,
geme coladinho ao meu
ouvido
e segue sorrindo teu
caminho.
Deixa-me somente a
lembrança,
que a noite eu sonho
contigo.
22.08.06
Cantiga Contigo
Cantiga de ninar.
Contigo sonho desde o
berço.
Cantiga de dançar.
Contigo viro o mundo pelo
avesso.
Cantiga de cantar.
Contigo aprendi a fazer
verso.
Cantiga de chorar.
Contigo morro sorrindo de remorso.
22.08.06
Esquecer-se
As ideias correm
Soltas na cabeça.
O tempo é curto
Demais para mim.
Seria bom fechar
Os olhos e ver
Deus distribuindo
Respostas sinceras.
Seria bom parar
De pensar e mergulhar
Num mar de rosas
Perfumadas e frias.
Olhar o mar e me
Descobrir peixe.
Levantar a cabeça
E sair voando.
A vida tem duas portas:
Depois de entrar por uma
Ter de deixá-la por
outra.
Depois de aprender a amar
Descobrir que tenho
Que esquecer e ser esquecido.
2007
sábado, 26 de dezembro de 2020
Triste
quinta-feira, 24 de dezembro de 2020
Sorria
Abraço de Natal
terça-feira, 22 de dezembro de 2020
Cada Tanto
Tanta coisa
Tanto
tudo
Tanto
nada
Absurdo
Cada
coisa
Cada
nada
Cada
qual
Na
sua parada.
Tudo
quanto
Se
conquista
Vale
pouco
Pago
a vista.
Tudo
quanto
O
olho avista
Tudo
louco
Vigarista.
Cada
muito
Que
um ganha
Cresce
o tanto
Que
apanha
Cada
pouco
Que
se esquece
Perde
o homem
Ganha
a prece.
10.10.09
O Tempo que me Resta
Quanto tempo ainda me resta.
Quantos
passos até a eternidade.
Quantos
sonhos por viver.
Quanta procura inútil pela verdade.
Quantos
sorrisos para distrair.
Quantos
abraços para consolar.
Quantos
beijos a distribuir.
Quanto
prazer a gozar
Nosso
tempo é questão de quantidade.
Os
verbos são de fácil rimar.
A
vida tem uma só realidade:
Nascer, aprender e se doar.
30.04.09
sábado, 19 de dezembro de 2020
Páginas em Branco
Páginas em branco
Não deveriam existir.
É que nem uma vida
Sem amar, só fingir.
Elas pedem o carinho
Da caneta a escrever
Tal qual faz
Minha boca
Quando quer beijar você.
Uns e Outros
O Um quis
saber
Do Outro
O que eles
tinham
Em comum.
Cada qual
É Um no
outro.
Cada qual
Outro pro Um.
Não sou
Outro
E Um não
seria
Se amanhã
Nascesse o
dia
E não
restasse nenhum.
30.11.11
Tempo Deus
Serenamente
Adormeço nos
braços
Do deus
tempo.
Senhor que
governa
Indiferente,
Alheio ao
bem e ao mal.
Professor
que ensina:
Lutar pelo
incerto
É quase obrigação;
Esperar
Pelo
impossível
É viver a um
passo da loucura.
21.12.11
Fb
Sim, Não e Talvez
Três mundos há
Que pouco se confundem,
Mas se complementam
E até mesmo se revezam.
O mundo do sim:
Confortável,
Mas aborrecido.
O mundo do não:
Frustrante,
Mas honesto.
E o mundo do talvez:
Melhor nem falar
Desse infame.
30.11.11
Vacinas
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Solidão
É só isso ai!
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
Faminto
Começo
Sei que vou
Morrer
Mais tarde do
que mereço.
Chorar a
solidão
De dentro
Do berço.
Carente
De sorriso
Rezando
Um terço.
Porque
Tudo tem o fim,
De um tão incerto
Começo.
17.12.11
Bipolar
Vivo dividido
Entre dois mundos.
Um que não me quer
E outro que renego.
Quando eu grito
Fingem-se de surdos.
Quando pedem minha atenção
Brinco de ser cego.
2011
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Casa Caverna
A casa é o máximo refúgio onde se é tudo e ao mesmo tempo ninguém. É no espaço privado que revelamos o nosso melhor e autêntico eu, não temos que negar ou doar, mas somente ser o que queremos ou pensamos que devemos ser. A casa é a prisão voluntária - trazemos sua chave no bolso – e também o castelo onde reinamos esquecidos e ausentes de um mundo supostamente real. Durante esse ano nunca foi tão comum encontramo-nos em casa. Fechar a porta na sexta a tarde e só abri-la na segunda pela manhã. Ligar para o amigo dos bares de outrora e descobri-lo sereno e sozinho com seu copo de cerveja na mão, ouvindo sua música preferida e esperando ansioso pela nossa ligação. As vezes dá uma agonia, e ansiamos por respirar o ar impuro da rua, ouvir vozes ruidosas de outras gentes, olhar para o lixo que se acumula nas esquinas que viraram entulho do que ninguém mais quer. A casa virou nosso cinema da quarta a noite, nosso happy hour de toda sexta, nosso futebol do Sábado a tarde e o restaurante do Domingo em família. Pode até parecer estranho, mas o fato é que finalmente voltamos a nossa caverna, onde nos protegemos das intempéries do tempo e dos bichos papões que sempre alimentaram nossos medos e aterrorizaram nossos sonhos. O inusitado do nosso momento é o tamanho do nosso inimigo de hoje, infinitamente minúsculo e paradoxalmente tão temível. Ficar em casa e longe da invisível e mortal partícula viral virou uma missão nada impossível, para quem consegue conviver consigo mesmo e entende que não estamos sozinhos no mundo.
Bom Senso?
sábado, 12 de dezembro de 2020
Besteira
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
Panos e Peles
Os panos que me
cobrem são só isso:
os panos que me cobrem.
Sou feito de carne e osso,
pele e pelos; matéria dura e macia;
tão pura quanto encharcada
de ilusão e de drogas:
umas líquidas, poucas gasosas.
Os panos que me cobrem
escondem as rugas e mazelas,
cicatrizes e dobras
que ninguém de deu,
e que cultivei na deliciosa,
quase que silentemente,
na orgia das curvas que andei.
sábado, 5 de dezembro de 2020
Valoroso Pessimismo
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Desigualdade
sábado, 28 de novembro de 2020
Profundezas
Placidez
quarta-feira, 25 de novembro de 2020
Muito Só
Só sabe
o que é preciso
quem não tem para dar.
Só chora
quem tem lágrimas
para desperdiçar.
Só cala
quem tem rios de mágoas
para guardar.
Só ama quem :
sofre sem remorço,
odeia comer sozinho
e ri do próprio tombo.
24.10.06
Absoluto
...
Sonho com a
verdade que
não existe.
Não a que me
faz alegra, mas
a que não me
deixa triste.
O esplendor da
ausência na
solidão do que
mais preenche.
A incongruência
do absoluto na
imensidão do que
constato na
fluidez que me
absorve e me
seduz.
Sangrando
terça-feira, 24 de novembro de 2020
Tribos
domingo, 22 de novembro de 2020
Vamos Virar
sexta-feira, 20 de novembro de 2020
Rochas Vivas
Sorriso Passado
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
Maricas
terça-feira, 17 de novembro de 2020
Ódio
Mero Absurdo
sábado, 14 de novembro de 2020
Saliva
Sobre o Viver
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Feminino
sábado, 7 de novembro de 2020
Emoções
Reflexão
sexta-feira, 6 de novembro de 2020
Trumpeço
quinta-feira, 5 de novembro de 2020
Pássaros Escondidos
...
A chuva
Cai fina e
mansa,
Sem pressa
De molhar o
mundo.
Os pássaros,
Escondidos
nas folhagens,
Reclamam do
frio,
Ou estarão
amando?
Sim e Sim
...
O dedo me dói
Ao contato das teclas
Que não clamam repouso.
Quero me calar,
Parar de pensar,
Dormir um pouco,
Mas o sono é vencido
Pela inquietude da expressão.
Sonho com um mundo
Onde tudo se resuma
Ao silêncio.
Onde não seja necessário
Mais que duas palavras
Para tudo dizer:
Sim e Sim.
Porque nada mais
Desumano
Que a angústia de
Declarar-se
Culpado por ser feliz.
Ausência
...
Ausência,
Palavra tola e vil
Que não encontra sombra
Sob seu são próprio til.
Porque teu nome
Não pertence ao passado,
É presente contínuo
Sob a égide dos genes
De onde tudo nasce
De onde tudo vem.
És a infinitude do carinho
Necessidade imanente
De quem vive sem
Sofrer com o destino.
02.06.12
Breu
...
Ela se foi
em silêncio,
Sem medo de
me ferir,
Sem revelar
seu segredo,
Sem saber
aonde ir.
Partiu
solene e desnuda
Deixando
tudo de seu.
Levando
somente o desejo
Que
iluminava meu breu.
Exagerado
...
Não sei
escrever
Sem
rabiscar,
Ler sem
pensar,
Dormir sem
babar,
Sorrir sem
rasgar.
Exagerado
É o que "fingem" que sou.