Onde ficou,
Perdido nas veias
Desse ano doido,
O abraço que pedi?
As mãos se recolheram,
Os braços se intimidaram,
Os rostos mantiveram
A devida distância
Exigida pela responsabilidade
Com o outro.
O dia mais lindo do ano
Ficou estranho sem a
Intimidade que sempre o
Temperou de emoção.
Sim, somos eminentemente
Seres abandonados e
Entregues a mais terna e
Louca ditadura do sentir.
Por isso ficou
Quase impossível
Arrancar um consolo
Para tão estranha realidade.
O abraço que pedi
Teve que se transformar
Em sonho virtual de
Entes unidos por algo
Bem maior que a mera
Presença física.
O abraço ficou menos
Apertado, mas ganhou
Um significado que
Transcende a matéria.
O abraço que eu pedi,
Papai Noel me deu
Em forma de enorme esperança
De um mundo diferente e melhor.
E se alguém rir de mim,
E disser que Noel não existe,
Vou sorrir por detrás de
Minha máscara e sonhar
Com dias de melhor
Inocência.
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