sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Brinquedos do Tempo

Caprichoso e voraz.
O tempo passa silente,
Passa se escondendo
Assim como quem mente.

Enquanto isso
Somamos os números dos anos,
Na inocente tentativa
De contar a vida,
De lembrar o que já se foi,
De tentar entender
O porquê do que fizemos,
Com a vontade imprópria
De eternizar nossos desejos.

Somos simples criaturas,
Não criadores, donos do tempo.
Somos brinquedos que se quebram
Em sua mão de criança malvada.
Somos náufragos perdidos,
Levados pelas ondas
De seu mar incerto.

Somos a lacuna
Entre o possível
E a verdade
Que cada um preenche
Como manda sua vontade.

Fruto desconhecido
Do que plantamos,
Colhemos da terra
Erva daninha ou maçã.

E mesmo que o sol
Não dure a eternidade
Esperamos por ele
A cada manhã.

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