Ter pouco mais que a metade dos anos que o autor presenteou o
mundo com sua existência me concede o direito de prefaciá-lo não como filho,
mas como um adulto crítico. Denunciar-lhe os defeitos é, entretanto, tarefa
impossível diante do singelo e inesquecível enredo que escreveu com a
caligrafia do amor puro e incondicional. As estórias por vir só há pouco li no
papel, embora possa ouvir o teco-teco (como ele às vezes me chamava) de sua
velha máquina de escrever nas madrugadas de minha infância, mas tive o
privilégio de ouvi-las da boca do próprio narrador; quase nunca dirigidas
diretamente a mim, mas sorvidas com a avidez de menino curioso, enquanto as
contava aos pacientes e admirados ouvintes. Muitas sei de cor, poucas se
perderam nas curvas da memória, mas espero que todas sirvam de ensinamento para
quem acredita no amor e no ideal como forças motrizes de todo e qualquer tempo.
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