Deve ser muito chato viver com quem gosta de escrever. Difícil entender que este não possa parar de olhar para a tela
do computador e conversar naturalmente, dando-lhe toda a atenção que merece e
exige, e compartilhe do assunto em pauta nos mais ínfimos detalhes. Dividir a
atenção entre a imaginação, o transcrever em palavras, frases e parágrafos, o
digitar, ver os erros, corrigir os mal entendidos, julgar o resultado, rever
possibilidades, vislumbrar alterações mais poéticas e instigantes, fazer
comentários ou sugerir referências, decidir entre ser direto, dar um toque de
humor ou simplesmente ser ácido e certeiro, e a conversa sobre o cotidiano, a
diarreia da filha, a lâmpada que resolveu não acender, o refrigerador que está
criando gelo, os problemas no trabalho e o vizinho que reclama do armador,
parece coisa simples, tarefa de principiante, papa mole de engolir. Quem disse
que é fácil entender o bicho homem e suas idiossincrasias?
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