Depois do segundo uisque ele explode aborrecido:
- Se esse cara olhar de novo pra cá, não me responsabilizo pelos meus atos.
- De quem você esta falando?
- Vai dizer que ainda não notou?
- Eu hein. Sei lá que cara é esse.
Aponta o queixo pro homem muito bem vestido do outro lado do restaurante.
- Sim, estou vendo. Que tem ele?
- Não para de olhar para nós.
- E o que tem demais. Vai ver é um desses caras que gostam de observar os outros. Um psicólogo ...
- E aquele sorriso meio cínico?
- Provavelmente está rindo do seu terno, ou do meu vestido.
- Não seja tola. Não tem nada de ridículo em nós.
- Tá bom. O que você acha que ele tá olhando?
- Sei não. Mas acho que esta te paquerando. Talvez até te conheça e esteja rindo do corno aqui.
- Agora você foi longe demais. Tá me ofendendo.
- Então me explica você.
- Você é um neurótico, psicopata, paranóico.
- Mas não sou chifrudo.
- E como você tem tanta certeza disto?
- Tá vendo. Você acaba de confessar. Sua piranha.
- Piranha é a vovozinha, seu brocha.
- Eu te mostro o brocha!
Levanta, faz que abre o zíper, mas se contem.
- Tá bom, acho que exagerei. Me desculpa.
- Você anda muito nervoso. Deve ser o excesso de trabalho. Que tal dispensarmos o jantar. Vá pra casa descansar. Eu pego um taxi.
- Tudo bem. Quanto é ?
- Me dá só metade!
- Tchau. Te ligo outro dia.
- Tchau garanhão!!!
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