O carro não pegou. A bateria vinha
dando sinais de falência há bom par de dias. Botei a mochila nas costas e saí
andando. A noite estava agradavelmente fresca e uma lua nova riscava o poente
já muito esquecido do sol. Tomei aquele rumo, guiado pela Dalva, sem intenção
de destino. Senti sede e nenhuma porta aberta. Um leve rumor distante guiou-me
os passos. A boca se encheu de saliva espessa que desceu com um espasmo de dor. Abandonado pela consciência, senti o vazio
tomar conta da própria noção do existir. Sentei ao pé da porta. A eternidade
daquela espera não passaria de um átimo de
desespero.
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