Não
acredito em elogios. Envaideço-me com um abraço sincero, um beijo despudorado, um
esboço de riso sem causa. Orgulho-me do que ganhei sem grandes esforços.
Não
acredito no amor de palavras, de declarações desbragadas. O que me toca é
aquele que me bate sem machucar, me fere sem arder, me abarca sem sufocar, me
aceita sem exigir.
Não
acredito em piedade. Não dou nada por obrigação, não espero nenhuma medalha de
filantropo. Dou para me sentir bem. Não acredito na mão que se projeta com
orgulho.
Não
acredito em obrigações. Busco sempre a satisfação, com responsabilidade. Sempre
deixo para amanhã o que não quero fazer hoje.
Não
acredito no amanhã. O passado é a única verdade. Não sei fazer planos a longo
prazo. Meu olho só enxerga o que posso cheirar e pegar. Já é muito complicado
administrar o presente.
Não
acredito em destino. A vida é uma estrada de paralelepípedos: fatos e atos contínuos
que se seguem e se encaixam. As estrelas brilham, não contam histórias.
Não
acredito em arrogância. Reconheço meu erro e não aceito desculpas de quem no
fundo acha que tem razão, que é melhor que todo mundo e que merece a
eternidade.
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