Parei bem colado a bunda e ofereci carona. Antes que a moça
dissesse qualquer coisa, concordante ou indignada, o dono veio correndo
defender a propriedade.
- Que é que tu quer com a minha mulher, f.d.p?
Pedi calma, abri os braços, sorri amarelo, enruguei a
testa, atropelei a língua e disse que só havia oferecido carona para a senhora.
De qualquer forma pedia desculpas pelo ultraje. Ele titubeou e eu entrei. Isso
acontece com qualquer um, ele devia saber como são os homens, sempre dispostos
a agradar as mulheres.
- Mulher minha ninguém agrada não, retrucou.
Como podia saber que a beldade era descompromissada. Só
respondi ao apelo conquistatório de todo macho diante da fêmea que dá bola,
expliquei. Dessa vez foi ela que ficou uma fera. Dividida entre mim e o outro, tagarelava,
negava veementemente que tinha dado bola coisa nenhuma e...
Não esperei mais, arranquei o carro e fui. Pelo retrovisor
vi a tapa comendo de esmola.
2007
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