Tentei.
Juro que busquei
Todas as mágoas escondidas no
peito,
Mas não consegui chorar.
Sentei na varanda
Diante das estrelas
Que não brilhavam no céu de
cidade:
Buracos negros de minha alma.
Tentei,
Franzi a testa,
Contorci a boca,
Bebi um gole do uisque
revelador,
Mas a lágrima não veio.
Por pura teimosia
Não ratificou meu rosto de
sofredor.
É certo
Que ainda posso chorar.
Me emociono
Com as pequenas coisas
(o sorriso banguelo
do bebê sem bico)
E com as grandes
(a mão do pai que treme
ao segurar a mão inerte do
filho).
Só não choro pela
Dor que teima em
Pulsar no meu peito.
Dor que rasga
Sem sangrar.
Dor que não descansa
Nem trabalha.
Dor que é filha da dúvida.
Dor que já nasceu fantasma.
01.02.05
lindo!
ResponderExcluirobrigada pela visita em meu blog "todo dia uma historinha".
suas palavras são muito bonitas!