A noite estava fresca e o céu me recebeu tão salpicado de luz
que resolvi, contra todos os instintos de sobrevivência, me sentar no banco
central da praça, àquela hora praticamente vazia, exceto por um ou dois casais
impudicamente engalfinhados – embora desconfiasse que muitos outros exercitassem
o amor por entre moitas e sombras periféricas. O rapaz que me pediu um cigarro
seguiu em frente sem esperar que eu me desculpasse por não fumar. Segui-o destemerosamente até perder sua figura e todo problemático pensar para a escuridão. Quando ele
voltou, já com o dedo no gatilho, encontrou somente o banco vazio.
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