Baixei a borda da rede e vislumbrei o ângulo oposto da sala
quatro por quatro sem reboco, piso e teto
crus. Da porta da parede esquerda uma jovem de cabelos louros mal lhe
roçando os ombros entra rodopiando, alheia a meu olhar. Quase não se nota o
insípido balanço de seus seios despudoradamente expostos, e da calcinha cor de
pele seus pelos pubianos se mostram pelo relevo e não pelo contraste de cor. Um
barulho me rouba a atenção e ainda consigo ver pela porta da direita a sola gasta
dos chinelos do homem que despenca vão abaixo. Antes de poder reagir a qualquer
uma das ocorrências o alarme do despertador me avisa que tenho duas meninas que
acordar e mandar para o colégio.
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