Nasci em dia de chuva.
A água que banhou minha Mãe
Ao deixar a maternidade
Fez-se escassa no filho que acabara de ter.
Sou um ser desidratado,
Tenho sede insaciável.
Quero tanto
Que não sei o quê.
Minha vida é uma busca
Calma e intranquila.
Hoje estou feliz,
Amanhã implorarei a morte.
Não choro por nada;
Sou indiferente aos fatos.
Tudo é o que tem de ser.
Se não acredito em razões,
Por que tenho tanta sede?
A cachoeira da vida
É goteira em minha fonte.
Sou chão estéril,
Se plantando, nada dá.
Não foi por acaso que
Nasci no Nordeste seco
Do meu país.
Minha colheita está perdida e
Não tenho a quem recorrer.
Não creio em Deus,
Muito menos nos homens
Que ele não criou.
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