Sinto fome.
A fraqueza do corpo
Invade a cabeça
Que rodopia,
Levada pelo Saci,
Para o reino
Sem volta da miséria.
Sinto frio.
O sangue virou pedra,
Tal qual o sentimento.
Os olhos não choram
A dor alheia.
As mãos não se estendem
Para dar o cobertor.
Sinto sede.
Quero tudo
O que não posso ter.
A língua seca
Não sabe beijar.
A pele engelhada
Já não encanta.
Sinto dor.
Os nervos pulsam.
O suor negro
Poreja na pele branca.
Grito sem lembrar
Que o vizinho é surdo
E o amor está longe.
14.01.05
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