Impreterivelmente às seis horas de
todo sábado pega a filha e vão passear. Olham vitrines com seus manequins
sobre-humanos, bares repletos de gente alegre e vazia, calçadas movimentadas de
gente com e sem pressa, carros barulhentos de gente exibida e mal educada. A
menina vai crescendo, fica teimosa, não quer sair de casa, prefere ver
televisão, e curiosa. Por que a mãe não vem junto, pergunta sem resposta.
Ultimamente só com chantagem sentimental tem tido resultado: “Você não gosta de
sair com o papai, filha?” Hoje é sexta, a filha desde segunda anuncia que só
sai amanhã se for com a mãe. Não tem jeito, tem que escolher entre matar a mulher,
o amigo dela, ou o suicídio. Passar vergonha na frente da filha, nem pensar.
28/01/04.
Nenhum comentário:
Postar um comentário