O quarto não tem mais que um
colchão velho, refugo do patrão, um fogão de duas bocas e um pequeno armário: a
parte de baixo ocupada pelas poucas panelas e os pratos de plástico, em cima a
televisão comprada em dez prestações. Três adultos e três crianças sobrevivem
neste cubículo, 12 metros quadrados. As duas crianças menores dividem a cama
com a mãe, doméstica. O pai, desempregado, o tio, desocupado, e a filha de cinco
anos, dormem em redes. A TV, única diversão permitida, tem hora marcada para
ser ligada, economia de energia. Neste momento estão todos assistindo a novela
das seis, fim de tarde de um sábado qualquer. No fogo a panela de água, mingau
de farinha para as crianças. Os adultos
se contentarão com pão de ontem. No intervalo todos correm até a porta para ver
o movimento da vila: cachaça e forró. A mãe se deixa ficar encantada pela
propaganda do Poupa-Ganha. Amanhã será sorteado uma casa, um carro e mais 50
mil para o grande ganhador que pode ser ela. A imagem penetra seus olhos e lhe
inunda a mente. Não é sonho, tudo está ali bem diante dela, é só pegar. Esta vai ser a sua vez, afinal quem merece
mais que ela? Deus há de ajudar, deixo tudo na mão dele, pensa otimista, já se
vendo longe dali, com um quarto só para ela e o marido.
Automaticamente se levanta do
colchão, bota a mão no bolso e puxa tudo que encontra: quatro e sessenta. Falta
pouco. Corre na vizinha e comadre, apela. Faz isso não mulher, com este
dinheiro tu dá o de comer pros teus fius, argumenta com a enfeitiçada. Deus
sabe o que faz, se Ele diz que é hoje, vai ser e tem de ser, retruca. Meio a
contragosto a cumadre cede, um e quarenta completa os seis. Dorme com o bilhete
embaixo do travesseiro suado de emoção. O sono é agitado, os meninos reclamam.
Manhã de Domingo, abre uma exceção e liga a TV.
Os números chamados, um por um
trazem-na a realidade, desilusão. Deus sabe o que faz, não era pra ser desta
vez. Esta querendo me testar. Deve ter reservado coisa melhor pra mim, se
consola. No almoço mingau de arroz para todos. O calor da tarde traz um sono
enfadado. Acorda com a tosse do menino. Anda uns bons três quilômetros até o
hospital. O Médico prescreve três aerossóis, que faz ali mesmo, e passa a
receita pra casa. A moça da farmácia dá a rotineira notícia, “Está em falta”.
Volta no consultório do doutor. “Não tem outro que substitua não, doutor?” Apela
com voz chorosa. Infelizmente não, mas um vidro desse remédio é barato minha
filha, é menos que um Poupa-Ganha, tenta consolar o médico que se adivinhasse
teria ficado calado.
Que texto horrível e sem sentido, tente da próxima vez colocar um pouco mais de realidade, quem irá fazer 3 aerosóis em um dia? Ou melhor na mesma hora? A mulher vai à farmácia e não encontra o remédio o médico depois diz a ela custa menos que um poupa ganha, kkkkk, que texto sem pé e sem cabeça, amigo. Faça textos melhores que volto para ler.
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