No filme a sensual personagem feminina se mexe e remexe nua
pela cama entre lençóis e travesseiros e eu me ponho a imaginar o que estará
fazendo naquele exato momento a atriz que emprestou seu corpo e sua
interpretação àquela personagem. Será que estará dormindo, fazendo amor com seu
companheiro, tomando um banho de espumas, dançando feita louca em uma boate
barulhenta sob o efeito de alguma droga ou estará botando os filhos para
dormir, pegando um sol numa praia deserta ou atuando em um novo filme. A ideia
do enquanto sempre me instigou. Será que aquela mesma atriz nunca parou para
imaginar os pensamentos maledicentes que passam pelas cabeças de seus fãs ao
vê-la em cenas eróticas? Acabo de fazer uma pausa e pensei no meu amor. Será
que ela também se lembrou de mim? Seria muito bom o dom disseminado da
telepatia? Pensando bem, seria uma verdadeira confusão, uma balbúrdia
indecifrável. Melhor que cada um fique com seu pensamento. Se calhar e
contarmos com a sorte de uma concatenação de ideias, aproveitemos do acaso e
usufruamos das delícias de um amor antenado.
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