Após
ler Juventude fico com a impressão que Coetzee sofreu da mesma crise de
genialidade do seu personagem, mas ao invés de sofrer por isso, assumiu
publicamente e escancarou aos quatro cantos do mundo, com todo o direito e
possibilidade de fazê-lo de um nobelizado, que é um mero mortal, embora a academia
sueca não pense assim. Quem consegue ou conseguiu ser notável em tudo que faz?
Uma ponta de dúvida quer salvar em mim a ótima impressão que tenho de Coetzee.
Ou ele escreveu o livro ainda quando jovem e tendo-o engavetado, só agora o
publicou, ou o escreveu agora exatamente como se fosse um jovem e iniciante
escritor, demonstrando sua genialidade. A verdade é que faltam ao livro o peso
das ideias e as discussões filosóficas de livros anteriores. Quem sabe este
relaxamento não seja um desabafo, um descarregamento do peso acumulado em
viagens anteriores. Enquanto espero dias melhores para o por vir do nosso
imortal, resolvi vasculhar seu passado para me convencer que se nem tudo são
flores, os espinhos certamente são percalços na trajetória de um artista.
Não conheco o autor, mas adorei seu comentário! Principalmente, o final.
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