quinta-feira, 14 de julho de 2022

Costuras

Prescindo da linha

que teceu Narciso, 

que selou todo o riso,

novelo que se quer sem fim. 


Cultivo o chão

que me pariu chorando,

me secou o pouco pranto

e se esqueceu de mim. 


Quais as costuras que 

não conhecem agulhas, 

as distâncias que se 

medem nas larguras, 

as certeza dos nãos

que sonham em ser 

singelos sins?  


Roupas já não 

me cabem. 

Deixei o guarda roupa 

para as traças.

Nem sei mais

onde plantei o 

meu jardim.  

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