sábado, 24 de abril de 2021

humanidade?

O questionamento do momento histórico é o de humanidade. A teoria imanentemente materialista do gene egoísta destrói ou arrefece o conceito de propósito social para a realidade da relação entre os individuos de toda e qualquer espécie que viveu e vive, incluindo a que eu e outros oito bilhões fazemos parte. O certo ou mesmo errado é que nunca se chegou a uma unanimidade a respeito da unicidade humana. Se o Cristianismo nos irmanou no convivio concreto com um Deus Trino, deixou para uma outra esfera a solução para a desigualdade. O capitalismo e sua natural busca por um robusto e quase infinito mercado consumidor propalou o mesmo ideal de igualdade e fraternidade na forma de que somos livres para fazer nossas escolhas e temos potencial para realizar todos os sonhos, basta vontade e esforço, mas escondendo sob o tapete a cruel diferença nas oportunidades, presente oculto para os poucos amigos eleitos. Não há como estabelecer culpados, mas entender e buscar um  equilíbrio ecológico e social sustentável é um passo na construção do conceito utópico de uma única e fraterna humanidade. 

Frustrantes Incertezas

Não há caminho de volta. A matéria cria o pensamento, que pode no máximo modificá-la, pelo que designamos técnica, mas não é capaz de recriá-la. Pois a matéria é tudo, sem lacunas, nem dúvidas. Pensar em começo, meio e fim não faz jus a dimensão crua e concreta dos átomos e seus infinitos tijolos, estes também exercícios de um pensamento irriquieto e condenado a frustrantes incertezas. 

Segundo Domingo da Criação.

O sorriso 
Se escondeu.
Não por trás de máscaras
Ou falsos consolos,
Mas num lampejo 
Inopinado
De pura sensatez.

A Lua renasceu
E de um risco no
Horizonte sem fim,
Engolindo gotas de luz
Acabou por brilhar inteira
No céu sem estrelas da 
Cidade desumanizada.

Uma montanha de
Impossibilidades
Acumuladas
É destino torpe
Para gloriosas 
Promessas do saber.

Se fruto de programado
Projeto,
Caminho escolhido
Passo a passo
No livre arbítrio 
Da cultuada liberdade,
Ou mera entrega 
Ao descompromissado
Destino da maré, 
doce resignação
Aos desígnios divinos, 
Quem haverá de saber? 

Certo é que
Também falhamos 
Como Criadores. 



sábado, 10 de abril de 2021

Desumanidade

Não sei de evidência que 
Sustente a fé ou esperança
No homem como espécie.

Antevejo sua extinção,
Afogada em subita maré
Ou na escassez fotosintética.

O último indivíduo há de chorar,
Ricamente vestido pela solidão
Que orgulhoso teceu fio por fio. 

Do homo não restará sequer
O sopro do sapiens que quis
Ser mais do que aprendeu. 






sábado, 3 de abril de 2021

Caminhos

O idealista sonha com um
Mundo que o encanta.

O revolucionário luta por um
Mundo que ele inveja.

O conformado defende um
Mundo que lhe quer bem.

O saudosista sofre por um
Mundo que nunca terá.