sábado, 24 de setembro de 2022

música

Quantos anos tem nossos gritos? Quantos mais são todos os hinos?
Quantos senões em tantos estilos?
Quantos poréns? Quando tu vais?

Toda cabeça tem mil sentidos 
Nada confunde o que nos faz.

Nenhum carinho está comprometido.
Todos os corpos são quase iguais 

Se os caminhos estão tao perdidos
É que parece não somos capaz
De entender o que é foi prometido 
E esquecer o que ficou pra trás.

AM7
D7-9
G7+
C9
F#75-
B7
Em



Poema

Quando te vi, a primeira sensação foi a de sorrir. Riso sem senso, meio doido, carente de nexo. Carinho de vento em brisa que menos confunde que aterrisa em solo fértil, lunar. Depois foi a cantiga que acarinhou todos os sonhos. Corrias em praia plena, maré baixa, areia dura boa de andar. Já não havia sorriso no olhar. Só um desejo profundo e sereno de amar. 

Filhas

Nunca quis filhos para mim! Esses estranhos seres, consequências do amor entre dois corpos que se desejam, brotam como água da fonte do amor que se insurge natural. A primeira palavra que me vem a cabeça quando penso em filho, ou filhas se acharem mais apropriado para meu caso, é independência. Sem medo de ter perdido a responsabilidade da paternidade, penso que consegui equilibrar muito bem as duas coisas. Me orgulho de ter construído uma relação de respeito mutuo entre nós. Sei que elas têm sérias reservas contra muitas das minhas opiniões e atitudes, assim como não concordo com outras tantas delas, mas a certeza de que não há caminho reto, e a vontade de construir uma sincera e justa relação, longe da hierarquia conservadora de respeito entre as gerações, me impulsiona ao completo e sereno entendimento com quem amo acima de tudo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Saudade

Saudade da Paixão 
E do carinho
Do povo com pão
E com ninho. 

Saudade da festa
E do churrasco,
Sem arma na testa
Sem ranço de macho. 

Saudade da luz
Que brilhava de dia
Do calvário sem cruz
E da Democracia. 

Quanta vida perdida
Numa via de treva
Quanta vera esperança
Recolhida na selva. 

Saudade da arte
Que ilumina a verdade,
De jamais se entregar
A iniquidade. 

Saudade é assim,
Coisa que não se cultiva,
Mas que arde.