O mundo não está
inteiramente conectado.
Ainda existem pontos
cegos de paz onde
podemos curtir a nós
mesmos e o compartilhamento
é mera promessa por vir.
Um texto não lido é como um amor não correspondido. Neste espaço quero compartilhar um pouco de meus escritos, dar e pedir sugestões de leituras,filmes, músicas e ...
O mundo não está
inteiramente conectado.
Ainda existem pontos
cegos de paz onde
podemos curtir a nós
mesmos e o compartilhamento
é mera promessa por vir.
Porque
para te sentir
não preciso tocar.
Basta imaginar
teu gosto e
gozar do prazer
que exalas
sem perceber,
mesmo sem intenção,
simplesmente
sem querer.
...
Carrego a ausência da inquietude que se aplaca na fé. Admiro incondicionalmente a independência para me ajoelhar diante de algo que dizem "todo poderoso". Busco sempre os defeitos dos que mandam e me refastelo com a felicidade singela dos humildes.
...
Sou o que
ousa escrever,
revelar para o papel
aquilo que não
consigo entender
muito menos calar.
Mas não quero
ser julgado
pelo escrevo:
temo tanto ser
entendido quanto
a Pena Capital.
Vivemos imersos no absurdo do desconhecido, entendido não como o que está por se desvendar, mas o que jamais poderemos alcançar, já que o conhecimento gera por si exponencialmente mais dúvidas e questionamentos. Muitos dão a esse indevassável e infinito mistério o nome de Deus, outros consideram a questão como uma equação incompreensível entre a matéria e a energia, e seguem quebrando o antes indivisível átomo em partículas cada vez menores. A fé instrumentaliza o divino como força matriz que une todos os homens numa só irmandade, enquanto o posicionamento cético impõe ao próprio homem o dever de encontrar a fórmula que possibilite uma existência harmoniosa, satisfatória e confortável para todos. O papel da ciência como instrumento humano de desenvolvimento não busca a extinção da fé (procura inclusive entende-la como fenômeno essencialmente antropotécnico de auto satisfação e reconhecimento), mas responder perguntas que possibilitem novos e infindos questionamentos, sem a ilusão de chegar a uma única verdade. Afinal somos aqueles que querem saber "quem somos".
...
Há um algo a mais na imensidão do azul que se mostra despudoradamente acima de todas as cabeças. Tudo que a gente pensa é muito aquém de todo sentimento que se quer ter. Reféns de nossas memórias, vivemos realidades paralelas que se impõe sobre nossas pretensas verdades. Não sou um, nem muitos, mas a capacidade de amar incondicionalmente.
...
Hoje vi uma lua cheia. E, sem nenhuma lembrança de qualquer razão metafísica, me senti maravilhado com a beleza desse mundo que não sei de onde veio e creio, sem nenhum pesar na alma, irá se acabar.
Não me incomoda a fé na boca do outro. Temo-a quando ela oprime e cega a já pouca racionalidade da alma.
...
Não sei porque
meu sonho é torto.
Se quero o mesmo que outro,
quero fazê-lo de diferente modo.
Meu caminho pouco cruza
com os dos semelhantes.
Devo ser avesso às
interseções.
Ocupo outra dimensão,
sopro as velas de
um barco fantasma
que me leva para
o reino da solidão.
...
Canto que
canto com glória,
meu chão,
minha hora
de labuta e lazer.
Piso teu solo
sem medo,
olhando adiante
tudo que sempre
quis ver.
Antes de mais nada deixo meu apoio incondicional ao afastamento do atual presidente(em minúsculo mesmo) da Republica Federativa do Brasil pela sua incompetência em gerir nossa e qualquer nação minimamente civilizada, fundamentada por claras demonstrações de insanidade mental grave e incapacitante. Culpar os igualmente doentes mentais que o seguem cegamente, bem como aqueles que o enxergaram como única saída contra o retorno petista ao poder, me parece pragmaticamente inútil. O que nos resta é denunciar os desmandos, debochar de suas declarações preconceituosas, nos divertir com suas destemperanças e trabalhar a educação politica da sociedade que nos rodeia. Não tenhamos a ilusão de que o atual e degenerado congresso, dominado por maioria que se esconde hipocritamente sob o escudo do combate a corrupção, vá afasta-lo do cargo que desonra com excepcional competência. Encontrar uma relação-prova direta de causa-consequência entre a má condução da Pandemia e a péssima situação epidemiológica em que nos afundamos me parece tarefa improvável, embora todas as correlações sejam inegáveis e irrefutáveis. Enumerar essas correlações seria um exercício pleonástico e sou avesso a prolixidade, por isso me contento em declarar minha falta de espanto com todos os atos perpetrados contra a Saúde do brasileiro por um sujeito que só teve um lampejo de racional sobriedade ao se reconhecer, tão logo foi proclamado eleito, incompetente para exercer a presidência da nossa triste e injusta república.
...
Espero a chuva
que teima em
se esconder.
Triste, seca,
louca terra que queima,
mata e
não se deixa ver.
Quisera carecesses
de tudo,
fosses o inferno,
não este mundo encantado,
místico
de sonho e prazer.
...
Gosto do eu que não gosta de mim.
Dormir não é necessário,
é fugir do indesejável eu mesmo.
Não nasci senão para morrer,
e antes de morrer,
sofrer muito,
até rasgar qualquer ilusão de felicidade.
Viver a solidão como beber água,
necessário e insípido:
respirar o tédio tal comer pão de ontem,
sem manteiga;
descrer de tudo e de todos
como a mais nobre obrigação.
...
...
Por mais que tente
não alço voos
mais altos.
Resta-me somente
o eterno tentar
sob o consolo insosso
da mediocridade.
Sofrer não é
monopólio
de ninguém.
Ama quem sabe gozar
da própria dor.
Grita quem
pensa ser
o centro
do universo.
Pede perdão quem
faz sem vontade.