sexta-feira, 28 de maio de 2021

Desconhecido.

    Vivemos imersos no absurdo do desconhecido, entendido não como o que está por se desvendar, mas o que jamais poderemos alcançar, já que o conhecimento gera por si exponencialmente mais dúvidas e questionamentos. Muitos dão a esse indevassável e infinito mistério o nome de Deus, outros consideram a questão como uma equação incompreensível entre a matéria e a energia, e seguem quebrando o antes indivisível átomo em partículas cada vez menores. A fé instrumentaliza o divino como força matriz que une todos os homens numa só irmandade, enquanto o posicionamento cético impõe ao próprio homem o dever de encontrar a fórmula que possibilite uma existência harmoniosa, satisfatória e confortável para todos. O papel da ciência como instrumento humano de desenvolvimento não busca a extinção da fé (procura inclusive entende-la como fenômeno essencialmente antropotécnico de auto satisfação e reconhecimento), mas responder perguntas que possibilitem novos e infindos questionamentos, sem a ilusão de chegar a uma única verdade. Afinal somos aqueles que querem saber "quem somos".

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