domingo, 29 de março de 2020

Ler Antes de Entender

Em tempos de crise percebemos o quanto estamos despreparados para enfrentar o NOVO. Isso não quer dizer que não somos capazes de sobreviver às tempestades só porque não temos um teto sobre a cabeça. Banho de chuva é coisa de prazerosa lembrança de meus tempos de menino, que inclusive não abro mão de reviver sempre que surge numa oportunidade. Mas cansei de falar de leites derramados e assuntos preventivos. Quero refletir sobre a arte de interpretar um texto, quando tantos abundam que não ousamos dar conta de parte deles. Penso eu que o primeiro passo diante daquele montão de palavras é entender seu título ou resumo não como o texto todo; se não conseguimos expressar tudo que pensamos em um tratado, que dirá resumir toda uma reflexão em duas ou três linhas. Ao adentrar o corpo do texto se despojar o mais possível do que conhece sobre o assunto; isso evita que batemos o martelo bem antes de conhecer os argumentos do autor. Ao fim da jornada, por vezes bastante heroica, é que devemos nos pôr a comparar o que lemos com o que já sabíamos. Conhecer um pouco sobre o autor ajuda a inferir qual a mensagem que ele pretende nos dar, mas pode interferir em nosso julgamento, tanto para absolvê-lo como para condená-lo. A imparcialidade será sempre um desafio e nunca uma conquista. O fundamental, o motivo instigador destas linhas que quase a acabar, é manter o respeito pelo contraditório; não perder a elegância ao apontar as discordâncias; considerar o antagonista não um inimigo, mas um companheiro na dura missão que é compreender a vida.    

sábado, 28 de março de 2020

Mão, essa Vilã.

Lembro de nos meus tempos de escola ter sido apresentado por um professor, provável que de Filosofia, a um texto, penso que de Engles, onde exaltava o papel das mãos na evolução do Homo sapiens. Preciso reler esse texto, com certeza, para me ajudar a entender o papel que as mãos humanas tem e terão para que essa "evolução" se mantenha da maneira mais harmônica possível com a natureza. Não tenho dúvidas de que existem indivíduos que estão tão distantes do problema, quanto a pudica e fria Lua está do ardoroso e apaixonado SOL, mas a imensa maioria que está justificadamente preocupada com a pandemia do CoronaVirus conhece o dito que diz que "A Mão que afaga é a mesma que apedreja". O certo é que esse instrumento ímpar de trabalho e de carinho, de repente virou nosso grande inimigo, um vilão curioso e sem noção que se mete onde não é chamado, toca tudo que passa, alisa o que não conhece e depois, sem pudor nenhum adentra boca, nariz e olhos de seu inocente e desprevenido dono. Como podemos domar essa bichinha tão teimosa e danada, quando nossos narizes e rosto coçam, olhos ardem e um resto de comida teima em se enganchar entre aqueles dois molares? Percepção corporal é a minha sugestão. Fiquemos atentos ao que nosso corpo nos pede. Ria daquela coceira na ponta do nariz, pisque quando o olho reclamar ajuda, retarde sua resposta aos estímulos até que você lave bem as mãos e ponha fim ao desassossego. 

sexta-feira, 27 de março de 2020

Empatia


Quantas vezes você de sensibilizou e se revoltou diante a TV com cenas de pessoas desesperadas nas portas de emergências implorando por uma vaga em UTI para um ente querido?
Aproveite a pausa, ponha a contabilidade em dia, reveja os custos, analise as inovações possíveis e sugestões do Sebrae, de sua entidade sindical, do You Tube ou até do Google. Vem de muito o estímulo à renovação contínua e criativa.
Analise sua carteira financeira. Converse com seu gerente e principalmente com seu clientes, fornecedores e parceiros comerciais.
Ponha a cachola para funcionar. Reflita sobre a condição humana, sobre o que você pode fazer para melhorar o mundo, sobre o quanto a religião lhe ensina sobre se ter um só Pai.
Descubra que você não está sozinho.
Lembra que você se indignou com aquela reportagem?
Isso se chama EMPATIA.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Mais Uma Crise?

Esta será mais uma Crise Econômica Mundial. A última de 2008, não chegou nem de longe ao impacto da que mal começamos a mergulhar. As Guerras Mundiais além de matar milhares de pessoas, tanto pela natureza bélica do conflito, como de fome e frio, quebrou inúmeras empresas, endividou várias Países e abalou sem contas de Riquezas Privadas. Depois de 70 anos da última guerra continuamos nos multiplicando pela superfície da Terra, bem como a maltratando ao intuir que se a vida é curta, por que não aproveitar se o fim não pertence a nossa limitada realidade. Não sou dado a julgar ou muito menos impor verdades. Minha percepção racional, amoral e relativista dos conceitos, me leva a uma exercitada capacidade de procurar as motivações de cada pessoa que cruza meu caminho. O que diferencia a crise atual é que não estamos vivenciando uma crise só no tilintar dos nossos caixas, e a luta não é contra inimigos de armas nas mãos, mas de vilão indiferente que usa nossas próprias mãos a seu favor. Saímos das crises anteriores pela mão de todos, representada pelo poder quase infinito do Estado que tem sua força por conta da contribuição parcial de cada um de seus cidadãos. A teoria do Isolamento Vertical é real e tem seus seguidores e razões de existir. Deixar a natureza agir por conta própria, isolando somente os grupos de risco, e se preparar para a mortalidade de muitos em um curto período, e assim esgotar o poder do inimigo foi uma estratégia de alguns países que agora se encontram no Dilema de Sofia, escolhendo quem sobreviverá e quem receberá atenção total. Negar que muitos pensam dessa maneira é esconder que somos indivíduos e temos cada um sua própria maneira de entender o que representa viver. É aí que se impõe o conceito de Democracia. Vamos ouvir a maioria e saber o que vamos fazer. Mas será que todos sabem o que devemos fazer? É aí que entra a Ciência para nos ajudar a tomar decisões. Podemos e devemos agir conforme nossas ideologias e impressões quando nossos atos interferem somente conosco. Quando nossas ações interferem com toda a sociedade, temos que nos curvar às imposições do que é mais evidente e próximo da verdade. As atuais evidências científicas nos levam a adotar um Isolamento Social Horizontal, sugestão quase unanimamente seguida neste momento pelos governantes do mundo. Embora alguns se sentem desconfortáveis com que o esta política vai trazer à economia, estão ouvindo as Autoridades Sanitárias e tomando todas as medidas necessárias para proteger os que não possuem reservas para sobreviver a inevitável crise econômica que viveremos por indeterminado tempo. A nossa dificuldade no Brasil é que nossos Governantes são tão enraizados no conceito de Estado Mínimo que tem dificuldades em vislumbrar esta nova realidade que se impõe de Estado Interventor. Peço àqueles que se rendam à ciência e que procurem esconder seus íntimos dilemas em prol da Comunidade. Sei que é difícil, mas não é impossível, quando começamos a entender que somos uma molécula de sal no Oceano.               

terça-feira, 24 de março de 2020

Leite Derramado

Tenho navegado pouco pelo feed dos amigos, mas percebo algum burburinho e certa disputa de quem mais ou menos tem culpa: o atual presidente e sua posição um tanto ambígua no combate à atual crise ou dos governos anteriores que não investiram mais pela saúde. Razões não faltam para ambos os lados, mas me parece que chorar o leite derramado é inútil e nunca deixou de ser uma dura realidade, não só no Brasil, mas como em outros Países. A Alemanha está nos dando um exemplo de como não derramar o precioso líquido, mas como podemos nos comparar com uma Sociedade Altamente Evoluída que perdeu as duas últimas grandes guerras e se levantou a custa de um povo determinado e disciplinado. Óbvio que as críticas são impossíveis de calar, e servem para que aprendamos que prevenir é melhor que remediar, frase feita tão comum quanto impraticada. É indiscutível que numa sociedade pobre como a nossa, sempre haverá a desculpa, e como negar seu fundo de verdade, de que não se pode gastar com prevenção enquanto tanta gente não tem nem o mínimo para sobreviver. O dado de que é mais barato prevenir do que tratar é sempre desprezado e esquecido nas gavetas dos governantes. Há muito tempo a arte prever o surgimento de um vírus letal para a humanidade. Penso que não é o caso deste atual, mas se não mudarmos a lógica que determina as relações humanas, o fim do Homo sapiens é apenas uma questão de tempo.

Cara Limpa - 56 anos.

Amanhã completo 56 anos de existência biológica. Posso e quero crer que a ideia de minha vida seja bem mais longa e date da união de meus pais, ou de meus avós ou tataravós, podendo expandir tal estapafúrdia suposição ao infinito da idade da vida humana na Terra. O que somos hoje não passa de um sonho inimaginável nos princípios da História, se quero pôr um marco inicial no roteiro da aventura que me proponho a contar. Os primeiros relatos humanos não passam de coisas cotidianas como caçar, comer, dormir e observar a natureza. Os nossos conceitos de realidade foram mudando conforme a "evolução" do Homo sapiens. Coisas tão inerentes ao nosso dia a dia, que até nos parecem algo imanentemente humano, como o dinheiro, foram desconhecidas da maioria dos indivíduos de nossa espécie. Nem sempre trocamos um pacote de arroz por duas cédulas de dois Reais, nem 300 mililitros de fantasia gasosa por quase cinco Reais. A lógica humana é a de mudança quase perpétua e não implica necessariamente em Progresso, uma noção de "melhora". É certo que passamos a viver mais e com mais conforto físico, mas não podemos inferir que isso chegue a ser uma "vantagem biológica". Nada nos prova em definitivo que a caminhar com o passo atual, alcançaremos a quase imortalidade; é ate tremendamente discutível se isso nos trará mais  bem que mal. Entendo que nossa mente é imatura para acompanhar e entender a força vital que nos anima. Não a toa construímos tantas Igrejas e elegemos tantos Deuses. O Divino retrata nossa impossibilidade de dar respostas a questões que nos aflige. Nossos conceitos são mera interpretação individual e coletiva de tudo que nos cerca. As mudanças são tão temidas quanto desejadas. Percebemos na arte o grande representante dessas mudanças. Estudando sua história, percebemos que os Clássicos de hoje surgiram por ousarem mostrar e ser diferentes. O que tornou Da Vince genial não foi só a qualidade de sua pintura, mas a maneira diferente de se expressar. Isso se aplica aos grandes da Literatura, Música e mais recentemente do Cinema. Não tenhamos medo de mudar. Permaneçamos com essa capacidade camaleônica de nos auto transformar pois só assim poderemos nos imiscuir com a transformação irremediável da natureza e de tudo.     

domingo, 22 de março de 2020

Gente Camaleão.

... Não, não sou um pai ou marido exemplar, um abnegado cidadão, nem um magnânimo herói da Saúde como tantas paneladas me querem fazer acreditar. Uma cirurgia recente me condenou a quarentena de um mês, e não pensava em prolonga-la por um minuto que fosse, antes da explosão dessa pandemia. Faltando dez dias para retornar ao trabalho, confesso que me dá um arrepio de insegurança. Sou gente, tenho medo de pegar esse vírus e de espalhar aos entes amados. Sou gente e as vezes me irrito com minha mulher e filhas, companheiras desse fadado confinamento. Sou gente e me indigno com as opiniões estapafúrdias que se espalham pela internet, especialmente as vindas de familiares, amigos e colegas. Sou gente e me isolo ainda mais num livro que me aprisione entre uma página e outra de seu volume. Sou gente e me deixo levar pela tentativa de traduzir em palavras tudo que me insulta os miolos. Sou gente e tomo um ou dois goles de cerveja para tentar relaxar. Sou gente mas sou também um camaleão. Lavo louça, enxugo prato, varro chão, boto carnes para assar, ligo para as pessoas queridas só para saber como estão se virando. Todo dia aprendo uma nova forma de observar as coisas simples da vida. Cada ação ou objeto tem sua justificativa filosófica e é delicioso tentar descobrir a que cada uma se propõe. Um copo vazio na mesa da sala, um telefone que não responde quando a gente chama, uma ambulância que passa estridente na avenida "quase vazia", uma piada que se espalha sobre um assunto tão sério. Já impaciente para terminar esse texto deixo a pergunta : Será que a Justificativa Filosófica da "Peste do Século 21" seja a de fazer todo mundo se descobrir como gente?

sexta-feira, 20 de março de 2020

Silêncio

Não nego a incerteza da veracidade da pesquisa, mas mesmo assim a uso como exemplo para reflexão sobre o silêncio. Quando se colocou primatas superiores, no caso chimpanzés, diante de dois tipos de música: rock ou música classica, eles mostraram preferência estatística pela segunda. Depois lhes apresentaram Música Clássica e o Silêncio. Advinhem a escolhida? Está faltando silêncio no mundo? Parece que sim. Quem consegue entrar no próprio quarto ou no banho sem ligar a TV ou o Spotyfy do celular? Bato no próprio peito e me confesso pecador. Nas vezes que me insurgi contra a ditadura dos decibéis não me arrependi. Ouvir o som das batidas do coração, do ar me invadindo o peito e até o do sangue me correndo nas veias foram experiências renovadoras e energizantes. O próprio zumbido no ouvido que impede a existência do silêncio total serve de trilha musical a uma dança íntima e universal. Aproveitemos o momento para ouvirmos o silêncio que habita dentro de nós. 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Governo Não é Uma Pessoa.

Uma confusão que muitos fazem é a de misturar Personalidade com Governo. Os estudiosos do Brasil consideram isso uma particularidade de nosso Povo: a necessidade de um Pai que nos guie. Observo o fato tanto na Esquerda como na Direita. A Esquerda quando insiste em se apegar na figura do Lula como o Grande Timoreiro da revolução social da primeira década do século. É preciso analisar detidamente os números da economia durante o passo para frente da "Valsa Brasileira" ( Livro de Laura Carvalho), entre os anos 2006-2010 para entender que houve um ganho social, principalmente para a camada miserável do povo, ao mesmo tempo em que pouco foi feito para diminuir a desigualdade e na construção de uma classe média robusta capaz de se impor diante da mínima elite detentora do poder quase total das riquezas e da informação. Se Lula é herói ou bandido de pouco importa quando constatamos que somente sua figura foi incapaz de convencer a maioria dos eleitores de que ele estava errado. Me reservo de analisar o governo Dilma por ainda estar matutando sobre os fatos, embora a Laura Carvalho dê muita luz sobre o período 2010-2014, que ela define como "passo para o lado". E agora chegou a hora da Direita, quando o passo foi dado para trás, com Dilma, nos seus estertores, e Temer. Mais uma vez o Fenômeno do Salvador da Pátria se fez presente. A direita, sem nome e sem proposta, se rendeu a uma figura no minimo folclórica para voltar ao comando do Governo pelo voto, já que Temer não tinha cacifo político para realizar as reformas que o sistema financeiro impunha ao ocupante do Planalto. Não tenho dúvida alguma que Bolsonaro só foi eleito por sua subordinação ao programa econômico Neoliberal do Guedes. Tento voltar minhas críticas ao Governo e sua política fadada ao fracasso, principalmente quando se trata de promover o bem social, ao mesmo tempo que respeito a opinião de quem acredita no Capital Produtivo, mas é muito difícil ficar calado diante o descalabro de alguém que fala nada com coisa nenhuma, que se atrapalha com as próprias mãos simplesmente porque tem a idade cognitiva de uma criança de cinco anos, que enxerga ameaça comunista até na armadura vermelha do Homem de Ferro. É patente que sua patética figura serve a desconstrução do papel das Instituições Democráticas, tão intimamente necessária a uma política de diminuição do papel e poder do Estado. Se acreditasse que "nada acontece por acaso" cairia na armadilha de anunciar o surgimento do Novo Corona como sinal do fim do Capitalismo Inumano. Mas não vou abdicar de meu científico pensar para fazer discurso apocalíptico, nem dizer que a natureza se vinga de quem a trata mal. Estaria usando da mesma má fé que tanto critico e contra tanto luto, mas deixo aqui a reflexão de que é preciso não ter tanta preguiça de analisar os fatos em seus detalhes.          

Ruas Vazias

Sempre sonhei com ruas sem engarrafamentos, mas cheias de gente. Olhar para uma avenida normalmente intransitável me traz um primeiro instante de maravilhamento, mas é só me lembrar do motivo do fato, que a triste e cruel realidade me coloca nos trilhos da apreensão. Andar, caminhar livremente, sem automóveis e seus escapamentos ou buzinas sempre me encantou. Li recentemente que o andar alimenta as ideias de quem ousa gostar de escrever. Muito menos que eleitos, desconfio que esses ousados andarilhos sejam propensos masoquistas egocêntricos fadados a misantropia. Talvez por isso resista tanto a transformar em letras impressas as minhas efêmeras ideias. Do alto do vigésimo andar, o Olimpo de onde miro o mundo, vejo ruas e avenidas quase vazias e quase que desejo prolongar minha quarentena forçada pela recente cirurgia e pela partícula viral que pôs todos em isolamento social. Vejo as ruas tranquilas e sonho com o dia em que possa correr livremente por elas e me alimentar de vida e de gente. Nenhuma saudade dos automóveis e suas buzinas. 

Negaram Meu Visto

Não entendo como ainda não me mudei para os Estados Unidos da América. Lá é que a terra da Liberdade, onde cada um manda em si e em sua legitima arma, onde a Igualdade não tem vez, coisa mais anti natural essa de todo mundo ser igual, coisa de vermelho safado que quer comunismo para todos e capitalismo para ele próprio, ditadura do proletariado uma ova. Onde foi que esse papo deu certo? Aproveitem a debandada geral e se mudem para o país que está caindo de Maduro. O problema é que está difícil um vôo para o Paraíso, mas logo essa onda de Corona Vírus, que tem nome de cerveja mexicana, mas que só pode ser invenção de chinês, vai passar e poderei enfim beijar os pés da Estatua da Liberdade e condenar ao ostracismo o Cristo Redentor. Não suporto mais essa crítica descarada, desmedida e desumana a quem me representa. O coitado não pode nem se enrolar com uma ridícula máscara, sei lá se de pano ou de papel, só sei que tem uns elásticos nos lados que só serve para embaralhar tudo. Melhor seria dar um nó atrás do pescoço e tava tudo resolvido. E ter que ouvir as paneladas e gritos de fora, fora, fora? Aquilo me doeu bem aqui dentro, oh! Quase que choro. Abri minha vidraça e gritei " Vão para a Venezuela, bando de comunistas", mas ninguém me ouviu, a não ser meu filho de 3 anos que saiu de seu quarto acenando a bandeirinha do Brasil, quase que choro de novo. Tá quase impossível ser um homem de bem neste país verde amarelo que querem pintar de vermelho. Vou me embora. Tá decidido. O problema é que meu passaporte esta vencido. Será que eu consigo um Visto novo?      

terça-feira, 17 de março de 2020

Fé e Luz

Além do próprio Mito, o que  defendem seus seguidores? Vários são meus amigos de vida e de face, mas poucos comentam meus textos, e quando o fazem é quase sempre na perspectiva da negação. São contra a Câmara e toda Política, contra o STF e toda a Justiça, contra o MST e todos os "mal intencionados movimentos sociais, contra as cenas de sexo na Tv e tudo que atente contra os "bons costumes". Ser do contra sempre foi para mim sinônimo de chato, de quem não gosta de nada e de quem só enxerga o lado negro da força. Parece que a coisa virou e ficou chique ser contra tudo. O niilismo está na moda, assim como vestir a camisa da seleção. Recentemente li de um amigo pelo What's App, já que ele não tem Facebook, que enquanto a Laja Jato continuar lutando contra a corrupção, ele releva todas as "tolices" palacianas. Conhecedor de sua reconhecida hipocondria, queria saber sua opinião sobre o último Domingo. A luta contra a corrupção virou uma bandeira de única mão. Até parece que existe alguém que não se proclame contra ela, inclusive os corruptos. Difícil também é ver alguém que se auto proclame "burro", e não só na inerente falta de inteligência, mas na falta de informação, que é muito pior. Quem não conhece não fala, não comenta, nem julga. Por que é tão difícil reconhecer a ignorância e pedir informações ao invés de simplesmente repetir tudo que ouve? Recentemente alguém me perguntou se vinagre matava os Vírus. Quando respondi que não, ela veio com uma cara entre maravilhada pelo próprio saber e espantada com minha ignorância, me dizer que vira um vídeo de uma médica cientista especialista, com certeza arrumada, "perfumada" e maquiada, que o Ácido Acético era mais eficiente que o Álcool Gel. Foi duro convencê-lo do contrário, é possível até que ela esteja seguindo os conselhos da Doutora do Vídeo, o que arrefece minha fé nas pessoas propensas a crer em tudo que ouvem, especialmente no que vêm ao encontro de suas ideias preconcebidas e infelizmente sua capacidade econômica. Não quero terminar com um sentimento negativo na alma. Quero crer que há esperança na fé. Tenhamos fé na Ciência que revelou e matou tantas bactérias, que produziu tantas vacinas, que extirpou tantos tumores, que desentupiu tantas artérias e com isso vem prolongando nossa curta experiência de vida. Sejamos a favor do Conhecimento, mas também da Dúvida. Não nos conformemos com o papel de Papagaios, que repetem tudo sem critério. Procuremos beber de todas as fontes. A luz esconde muitas cores. Não enxerguemos só o verde amarelo. Há muita serenidade no azul, muita paixão no vermelho, muita tolerância no rosa e muito estilo no preto. O arco íris das cores nos ensina que podemos juntar todas as nossas diferenças sob o Branco da Paz. 

Ass: Esquerda a Favor do Brasil.

segunda-feira, 16 de março de 2020

"Rir de Tudo é Desespero"

A ironia, o sarcasmo e o humor sempre foram instrumentos de insubordinação contra a dura e cruel realidade. O brasileiro já foi considerado um povo feliz por sua alegria e bom humor diante do trágico e das dificuldades inerentes a uma sociedade humana baseada na desigualdade, para muitos herança da nossa experiência, ainda não extirpada, com a Escravidão. Rir sempre foi um bom remédio, mas "rir de tudo é desespero", como nos diz a letra de um roqueiro popular. É certo que já experimentamos diversas "explosões" de vírus antes deste Novo Corona, e outros que vieram para ficar, como o H1N1. O inusitado é sua velocidade de expansão. A maioria dos vírus mais letais ficaram restritos a África e a Ásia e causaram menos estragos no resto do mundo. É certo também que há pouca novidade nas medidas que devemos tomar para evitá-lo, nada diferente do que já deveríamos saber para evitar as viroses que nos afligem o dia a dia desde quando descobrimos que eles "habitam"( termo inexato quando sabemos que os vírus são partículas e não seres vivos, por isso tão difíceis de controlar) o mundo. Lavar as mãos, evitar multidões e ficar em repouso domiciliar quando eventualmente gripados são recomendações tão velhas quanto indispensáveis. E porque só agora elas nos são apresentadas como necessárias ? Por falta de uma total e universal falta de Educação para a Saúde, ouso responder. Temos e teremos que saber conviver com as partículas virais que se multiplicam no ambiente e que estão em permanente mutação. Alguém conhece um ser vivo que faz a mesma coisa? Nosso código genético é determinado por uma molécula(DNA) prima carnal da mesma que constitui o Corona(RNA). O que deveríamos aprender no ensino básico, agora nos espanta e aterroriza. Nossa ignorância é de fazer rir. E quando mais precisamos de informação que nos leve a solução de tão grave problema de convívio com o meio ambiente, que afinal é do que se trata o intercurso com os vírus, nos perdemos em debates e teorias conspiratórias dos mais diversos vieses, nas soluções mais estapafúrdias para o extermínio do inimigo invisível e o mais deletério de todos, a negação do problema. É certo que não podemos simplesmente parar toda a economia e paralisar todas as nossas ações, mas o mínimo que devemos fazer é seguir as recomendações dos que estão estudando cientificamente a questão. Infelizmente é difícil para quem duvida da ciência e insiste em que a Teoria da Evolução não passa de uma invenção comunista da Esquerda, aceitar que temos um grande problema pela frente e permanece apertando mãos, fazendo selfies, rindo de tudo e de todos, como só fazem os desesperados.

Ass: Esquerda Responsável do Brasil

Radical

Recentemente, com a ajuda do Cortela, descobri ser radical. Diferente de ser sectário, dogmático ou ser intolerante a opinioes contrárias, procuro nas RAÍZES (daí o termo radical) dos fatos os argumentos que dêem base para meu posicionamento. Por vezes me engano, outras me perco, mas sigo tentando, nem toda raiz está perto da superfície, e muitas se enterram muito além da minha compreensão. Ser humano é reconhecer-se no mundo, é saber que fazemos parte de algo muito maior do que nossos corpos, intenções ou julgamentos. Sim, nós estamos constantemente julgando, analisando dados, comparando isso com aquilo, para enfim darmos o veredicto em forma de ação ou palavras. Foi usando este princípio que inventamos os computadores, multiplicando quase ao infinito a velocidade de comparação. Se a IA será capaz de ganhar emoção é questão que me encanta, mas deixo para o futuro. Escavando o imenso terreno da prática política encontrei solo mais fértil no ramo esquerdo da árvore da vida. O ramo direito me ofereceu alguns frutos, é verdade. Ninguém pode negar os muitos benefícios que o pensamento conservador trouxe à civilização, mas o fez com a indispensável ajuda de quem ousou mudar, romper amarras, experimentar, com a minha amada CIÊNCIA. Esquerda , direita, lembro até de eu menino marchando no Sete de Setembro diante da Bandeira Verde Amarela e de Governantes elegantemente fardados. Esquerda x Direita, é fato ou fake? Assistindo a imensa propaganda contra essa dicotomia, contra o conceito de que não podemos nos dividir, e sim construir um caminho seguro para driblar os zagueiros e alcançarmos a vitória, me vem a certeza de nunca foi tão necessário se posicionar em campo. Chegou a hora do fim da política de conciliação. Não podemos deixar o diálogo de fora, mas as concessões devem ser substituídas pelo debate democrático, onde vence quem tem a maioria e não quem pode mais. A democracia tem que se tornar mais participativa e não podemos mais nos restringir ao simples ato de votar. Temos que ter o direito de destituir quem conseguiu e ousou nos enganar. Temos até o direito de mudar de opinião.Me posicionar a esquerda não faz de mim um comunista, mas um crítico ferrenho a um modelo extorsivo do Capitalismo. O Socialismo Democrático carrega em suas costas toda uma proposta de empoderamento do Estado como provedor de justiça social. Entregar parte da economia ao Mercado é produtivo e desejável, só não podemos permitir que os mal intencionados se apropriem de toda riqueza produzida. Não tenho dúvidas de que o Capitalismo Produtivo faça muita falta. Portanto me carimbo com a tinta rubra da Esquerda, com ou sem caviar, mas um rebelde, um Juiz da atual civilização, não um inquisidor, um ser que chora e que sorri, que pensa e chuta com a canhota num jogo que não quero ganhar, somente me divertir em uma só e alegre torcida.

Ass Esquerda Torcendo pelo Brasil(e pelo mundo).

sexta-feira, 13 de março de 2020

Tolerância

Trégua para a tolerância
Não há bondade ou maldade quando o assunto é ser canhoto ou destro. Ser gauche não é ser bom, humano, nem altruísta. Ser à droite não é ser mal, desumano, nem egoísta. Esses adjetivos são aplicáveis a todos dependendo das circunstâncias e de quem qualifica. Não é necessário ser contra ou favor o Capitalismo para ver que ele não tem dado muito certo, principalmente quando observamos o enorme desequilibrio de renda e de riqueza entre os quase oito bilhões de humanos. Tanto a direita como a esquerda não negam esta realidade e concordam que ela deve ser minimizada. Ao analisar as estratégias a se tomar, ouso simplificar a questão no papel que deve ter o Estado na solução do problema. Enquanto a direita acredita na força do indivíduo(Estado fraco), a esquerda veste a camisa do social(Estado forte). Saber quem está certo é difícil de definir. Renego o maniqueísmo e escolho o caminho social da esquerda, respeitando os que escolheram virar a direita e acreditam que a soma dos indivíduos é maior que o conjunto todo. Os caminhos podem ter sentidos diferentes, mas têm a mesma direção.

Preconceito

O preconceito é algo sublimar que está escondido em nosso inconsciente. A criança estranha tudo que lhe parece diferente. É a construção da consciência do eu e do outro que torna a convivência possível, desejável e agradável. Ninguém em sã consciência se rótula preconceituoso. Se mostrar "civilizado" é um escudo que nos protege do julgamento social a que estamos permanentemente expostos. Vez ou outra o vigia da consciência dá um cochilo e o preconceito mostra sua cara. A diferença se dá na frequência e tempo desse cochilo e na amplitude e força do bicho que se solta. A maioria das vezes ele se protege sob a escuridão e dentro de paredes. As agressões contra mulheres, negros ou homossexuais acontecem às claras quando é perpetrada em grupo. Na grande maioria das vezes o preconceito aparece numa conversa informal, numa crítica aos pobres que não querem trabalhar, às mulheres que se vestem insinuantemente, aos homossexuais que conspurcam a ordem biológica da vida e mais recentemente às domésticas que lotaram os aviões para a Disney. Se alguém me vem com uma dessas numa mesa de bar, eu simplesmente me levanto e vou embora; não sou eu que vou mudar esse tipo de pensar. Se vejo alguém invadir sem consentimento a privacidade alheia, chamo a polícia para prender o militante. Queria poder demitir governantes que gozam com a miséria do povo que devia proteger.

Mãe Doméstica

Não, minha mãe não foi empregada doméstica. Sim, ela sempre teve uma, desde quando possa me lembrar. Não, nunca vi minha mãe destratar qualquer uma das tantas que teve, uma vez sequer que fosse. Sim, elas deixaram nossas vidas sem deixar grandes saudades. Consigo me lembrar o nome de uma ou duas, mas dizer que ocupam parte significativa de minha memória afetiva é ir longe demais e uma das coisa contra o que me insurjo é o sentimentalismo de fachada. Quando da promulgação da lei da empregada doméstica ouvi muitos argumentos contra a destruição do "vínculo familiar" que havia entre patrões e empregados de "doces e harmônicos tempos". A hipocrisia sempre foi uma marca gravada a ferro e fogo no argumento burguês liberal, que acompanhada do discurso filantrópico, dá um halo de santidade ao pensamento meritocrático. " Não dê milho aos porcos; o máximo que eles merecem é nossa piedade, o resto do nosso almoço, a roupa que já não nos encanta". Por muito que consideremos nossos secretários como membros da família, e muitos são os melhores amigos que já tivemos na vida, não podemos esquecer que são trabalhadores e como tal querem e devem ser reconhecidos e valorizados. E quem não quer?

Zumbis

Muitos são os que se enterram no passado. Não conseguem se maravilhar com o hoje e jamais abandonam o luto. São seres insones, pois têm medo de sonhar com o que não podem mais ter: seus belos e maravilhosos anos. Amam sua juventude e não assumem a função de ensinar que lhes deram os anos vividos. Temem tudo que é novo, as mudanças dos costumes, as atuais correlações de forças,. Tudo lhes parece estranho porque não olham para frente, mas para dentro de suas pretensas verdades. Não aceitam suas rugas e diante do espelham só enxergam a beleza que ficou gravada e selada no seu infantil desejo de eternidade.

Terraplanagem

A vida não nos pede só o sublime, nem só o profano. Há lugar e tempo para tudo. Mais do que a dualidade, somos seres plurais. Se ontem dançamos no paraiso e hoje acordamos no inferno, amanhã poderemos estar em qualquer dos infinitos pontos que ligam o céu e a terra. Por isso julgar nunca foi tão desnecessário. Gastamos muito tempo analisando os atos alheios e nos esquecemos de viver nossas próprias vidas, com a desculpa que estão nos julgando também. É certo que não podemos simplesmente aceitar tudo de todos, a vida em sociedade exige uma liturgia mínima que seja para que haja harmonia e equilíbrio nas relações inter humanas. Foi o que me parece aconteceu esses dias nos Estados Unidos de Sobral. Um Senador da República, julgando-se o dono da verdade, decidiu terraplanar os revoltados policiais militares, e recebeu em troca, o veredicto da pena de morte, felizmente não levada a termo. Todo ato é político. E é a política o palco principal onde podemos nos posicionar e ouvir a opinião do oposto. Quando as coisas acontecem fora do terreno do diálogo é sinal que estamos perdendo a capacidade de debater nossos problemas e isso só interessa aos que se escondem nas torres do individualismo e condenam a ralé a se degladiarem na arena da míseria social.

Maculite Serosa a Direita

Se um dia pensei em ser feliz, me enganei na ilusão e no propósito. Felicidade não pertence ao mundo do querer, mas ao do realizar-se. Só existe na plenitude e nunca tive a pretensão de ser Deus, e o que mais me insulta é a suposição da verdade. Se nasci relativista com uma pitada de pessimismo não ponho a culpa na genética e em ninguém, só na minha alma irrequieta e inconformada. Não entendo ser considerado destro, quando só enxergo bem com meu olho esquerdo; o direito se perdeu numa maculite serosa que nenhum oftalmologista prometeu solução. Enquanto muitos pintam o mundo de cinza , eu caolho me deslumbro com o arco íris multicolorido que a diversidade humana me proporciona e encanta.

Pontas e Chifres

A chuva chegou
trazendo raios
e trovões.
Despluguem suas Tomadas,
principalmente
as dos Celulares,
e escondam todas
as Pontas e Chifres.

Tudo passa.

Nenhuma Tempestade
dura para Sempre.
Até após
um Bíblico Dilúvio
o Sol voltou a brilhar.

Apolo - Deus do Sol.

A data final de filiação partidária para poder concorrer nas eleições Municipais deste ano de 2020 se aproxima e ainda não decidi se vou participar do pleito não apenas com meu voto e minhas publicações, mas com a propositura de meu nome à Câmara de Vereadores. Confesso que minha vibe é mesmo clinicar, ouvir  queixas, examinar mazelas, analisar todos os dados e sintetizar num conselho, uma sugestão de solução ou consolo aos problemas de quem me procura como promovedor de saúde. Amo ser Médico, por isso me retraio diante da possibilidade de ter que dividir minha vida profissional com uma prática de representação político parlamentar. A segunda dúvida se me apresenta na legenda que me afiliaria como espelho e luz do que mais se aproximaria de meu modo de entender o mundo e suas idiossincrasias. Mas deixo de lado essa propositura para me reter no que mais me importa: o que fazer na prática para sustar o ciclo conservador neoliberal que insiste em sobreviver, com ou sem Corana Vírus. Não tenho a ilusão de converter os seguidores do Messias. Alguns têm suas razões, publicáveis ou não, e muitos outros nem sabem o que é razão, apenas reverberam o que lhes dizem a mídia e os fabricantes de notícias e fatos. Todos são casos perdidos na minha clínica diária. Uma atenção maior me dirige aos amigos da Esquerda. Me parece que precisamos unificar o discurso contra a hegemonia financista que cobra juros extorsivos da sociedade. Precisamos de políticas públicas que ampliem os fornecedores de créditos, como as pequenas cooperativas de bairros. Este é só um exemplo do que podemos realizar sem dar motivos para os beócios nos acusarem de comunistas. Assim chego no ponto onde a Esquerda se divide: o seu Mito. Embora reconheça os pontos positivos do Lulismo, não entendo o porquê de nos emparedar dentro da estrela vermelha. A direita "tomou" o poder ao convencer o povo, que naturalmente ocupa o meio da posição politica, de que "toda esquerda é corrupta". Chegou o momento de entrar nesse jogo. Deixemos os acusados serem julgados. Não podemos reverberar o discurso de que toda Justiça é vendida, correndo o perigo de ajudar na campanha descarada contra as Instituições. Mais importante que defender a inocência de um falso bandido, vítima do sistema, é construir uma proposta concreta contrária ao discurso individualista e que atraia o centro para a Esquerda e que dê enfim uma oportunidade de mudar, se não a órbita SOLAR, a maneira de se conviver em sociedade. 

Ass: Esquerda Solar do Brasil.             

quinta-feira, 12 de março de 2020

Deus Branco


Quem poderá me dizer qual a verdadeira cor de Deus? 
Discussões religiosas a parte, um “Deus Branco” me foi apresentado por um filme húngaro de 2014, onde toda mensagem está sintetizada em sua epígrafe “Tudo que é terrível, precisa de nosso amor”. A proposição de que o homem é produto do meio é lançada de modo claro ao se assistir a transformação de um dócil cão vira-latas em uma sanguinolenta fera, pelas mãos de um inescrupuloso treinador que percebe dentro de sua inocente alma animal, uma potencialidade para o mal. Seremos lobos escondidos sob pele de cordeiros? O tema serve como ponto importante da eterna disputa entre esquerda e direita e envolve particularmente a questão dos Direitos Humano. Enquanto uns procuram entender as razões para o mal, outros defendem os “homens direitos” e condenam os "maus" a exclusão social, quando não ao literal extermínio. Defender meu lado óbvio da questão não é o intuito deste texto, afinal não tenho a ilusão de mudar as mentalidades de suas razões, mas não posso me furtar a exaltar a função maior do amor como remédio para todos os males O interessante é que nossas leis preveem a recuperação do cidadão que falha em seu papel social. E que nossos presídios não tenham condições de ressocializar os infratores é sintomático de um sistema que pensa e dirige o mundo na mão direita Não defendo bandidos, como muitos me acusam, mas não posso me tornar um marginal ao exaltar ou solicitar a pena de morte ou outras formas de execução sumária, que não encontram amparo legal na nossa democrática Constituição Não devo dizer como termina o filme para não me acusarem de spoiler, (podem assistir no You Tube), mas não quero me despedir sem deixar reiterado que “Tudo que é terrível, precisa de amor” e deixar sob suspeita o "Amor com Amor se Paga".        

quarta-feira, 11 de março de 2020

Abraço Global

Que toda imprensa traz embutida a ideologia de seu dono é indiscutível. Entretanto até mesmo a imprensa e seus donos estão inseridos na lógica do capital e do lucro, o que exige dela o mínimo de respeito à verdade dos fatos. Por outro lado, uma imprensa sectária serve ao interesse de um grupo especifico e não tem a pretensão de ganhar mercado. É como alguém que só cozinha para si. Ninguém jamais saberá de seu tempero. A Rede Globo nasceu sob o amparo da Ditadura da Direita e se expandiu nacional e mundialmente sempre contando com o apoio da Elite financeira nacional e "global". Entretanto seu tamanho tomou tal volume que sua Ideologia Conservadora da Direita não consegue puxar as rédeas e ditar o total conteúdo de sua programação sob o risco de perder credibilidade, público e arrecadação. O resultado é a Globo, que sempre foi alvo cativo de crítica da Esquerda, agora passar a ser atacada pela Direita a quem defende. Este fenômeno pode parecer paradoxal, mas analisado pela ótica de que vivemos uma época de tentativa de destruição do papel do Estado na sociedade, que a Globo defende incondicionalmente, e onde qualquer lampejo de Imprensa Crítica deve ser calada, para que nenhum tipo de discussão séria seja colocada em pauta, começamos a entender que esta caça às bruxas tem sua lógica e razão de ser. A bruxa é um ser diferente, e o Deus Conservador que se locupletou do Castelo no cume econômico do Mundo, detesta tudo que simbolize mudança. É nesse contexto que assistimos a um Médico pedir desculpas em público por abraçar um criminoso. Se ele e a Globo não estivessem inseridos no mercado, simplesmente mandariam todos os críticos "pastarem no quintal de sua genitora". Perdoem-me o lampejo de indignação, mas como não me insurgir diante uma reação estúpida contra um ato de carinho. Há quem diga que o médico foi hipócrita e se utilizou politicamente da situação. Eu não enxergo bem o lado ruim das pessoas. Já disse por aqui que meu olho direito é deficiente, e só tenho nitidez da imagem oriunda do olho esquerdo. Raramente me comovo com cenas sentimentais que a televisão explora, mas daí a duvidar de um abraço é condenar meu coração a dureza do concreto. Para finalizar, alguém já reclamou de meus longos textos, deixo aqui meu apelo por mais crítica. Mesmo vendo pouco, mantenho o olho direito aberto, pela profundidade perspectiva que ele pode me dar. Não nos fechemos em "mantras dogmáticos".

Viva o abraço,
Viva o beijo e o
Aperto de mão.

Viva tudo que
Esteja vivo,
Com ou sem
Coração.

Ass: Esquerda Abraçadora do Brasil.