quinta-feira, 19 de março de 2020

Governo Não é Uma Pessoa.

Uma confusão que muitos fazem é a de misturar Personalidade com Governo. Os estudiosos do Brasil consideram isso uma particularidade de nosso Povo: a necessidade de um Pai que nos guie. Observo o fato tanto na Esquerda como na Direita. A Esquerda quando insiste em se apegar na figura do Lula como o Grande Timoreiro da revolução social da primeira década do século. É preciso analisar detidamente os números da economia durante o passo para frente da "Valsa Brasileira" ( Livro de Laura Carvalho), entre os anos 2006-2010 para entender que houve um ganho social, principalmente para a camada miserável do povo, ao mesmo tempo em que pouco foi feito para diminuir a desigualdade e na construção de uma classe média robusta capaz de se impor diante da mínima elite detentora do poder quase total das riquezas e da informação. Se Lula é herói ou bandido de pouco importa quando constatamos que somente sua figura foi incapaz de convencer a maioria dos eleitores de que ele estava errado. Me reservo de analisar o governo Dilma por ainda estar matutando sobre os fatos, embora a Laura Carvalho dê muita luz sobre o período 2010-2014, que ela define como "passo para o lado". E agora chegou a hora da Direita, quando o passo foi dado para trás, com Dilma, nos seus estertores, e Temer. Mais uma vez o Fenômeno do Salvador da Pátria se fez presente. A direita, sem nome e sem proposta, se rendeu a uma figura no minimo folclórica para voltar ao comando do Governo pelo voto, já que Temer não tinha cacifo político para realizar as reformas que o sistema financeiro impunha ao ocupante do Planalto. Não tenho dúvida alguma que Bolsonaro só foi eleito por sua subordinação ao programa econômico Neoliberal do Guedes. Tento voltar minhas críticas ao Governo e sua política fadada ao fracasso, principalmente quando se trata de promover o bem social, ao mesmo tempo que respeito a opinião de quem acredita no Capital Produtivo, mas é muito difícil ficar calado diante o descalabro de alguém que fala nada com coisa nenhuma, que se atrapalha com as próprias mãos simplesmente porque tem a idade cognitiva de uma criança de cinco anos, que enxerga ameaça comunista até na armadura vermelha do Homem de Ferro. É patente que sua patética figura serve a desconstrução do papel das Instituições Democráticas, tão intimamente necessária a uma política de diminuição do papel e poder do Estado. Se acreditasse que "nada acontece por acaso" cairia na armadilha de anunciar o surgimento do Novo Corona como sinal do fim do Capitalismo Inumano. Mas não vou abdicar de meu científico pensar para fazer discurso apocalíptico, nem dizer que a natureza se vinga de quem a trata mal. Estaria usando da mesma má fé que tanto critico e contra tanto luto, mas deixo aqui a reflexão de que é preciso não ter tanta preguiça de analisar os fatos em seus detalhes.          

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