terça-feira, 24 de março de 2020

Cara Limpa - 56 anos.

Amanhã completo 56 anos de existência biológica. Posso e quero crer que a ideia de minha vida seja bem mais longa e date da união de meus pais, ou de meus avós ou tataravós, podendo expandir tal estapafúrdia suposição ao infinito da idade da vida humana na Terra. O que somos hoje não passa de um sonho inimaginável nos princípios da História, se quero pôr um marco inicial no roteiro da aventura que me proponho a contar. Os primeiros relatos humanos não passam de coisas cotidianas como caçar, comer, dormir e observar a natureza. Os nossos conceitos de realidade foram mudando conforme a "evolução" do Homo sapiens. Coisas tão inerentes ao nosso dia a dia, que até nos parecem algo imanentemente humano, como o dinheiro, foram desconhecidas da maioria dos indivíduos de nossa espécie. Nem sempre trocamos um pacote de arroz por duas cédulas de dois Reais, nem 300 mililitros de fantasia gasosa por quase cinco Reais. A lógica humana é a de mudança quase perpétua e não implica necessariamente em Progresso, uma noção de "melhora". É certo que passamos a viver mais e com mais conforto físico, mas não podemos inferir que isso chegue a ser uma "vantagem biológica". Nada nos prova em definitivo que a caminhar com o passo atual, alcançaremos a quase imortalidade; é ate tremendamente discutível se isso nos trará mais  bem que mal. Entendo que nossa mente é imatura para acompanhar e entender a força vital que nos anima. Não a toa construímos tantas Igrejas e elegemos tantos Deuses. O Divino retrata nossa impossibilidade de dar respostas a questões que nos aflige. Nossos conceitos são mera interpretação individual e coletiva de tudo que nos cerca. As mudanças são tão temidas quanto desejadas. Percebemos na arte o grande representante dessas mudanças. Estudando sua história, percebemos que os Clássicos de hoje surgiram por ousarem mostrar e ser diferentes. O que tornou Da Vince genial não foi só a qualidade de sua pintura, mas a maneira diferente de se expressar. Isso se aplica aos grandes da Literatura, Música e mais recentemente do Cinema. Não tenhamos medo de mudar. Permaneçamos com essa capacidade camaleônica de nos auto transformar pois só assim poderemos nos imiscuir com a transformação irremediável da natureza e de tudo.     

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