quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Guilhotina

Um prego

no meio do peito.

Inútil rasgar o coração.

Amor cheira a diesel,

ódio sem jeito.

Dúvida que a cachaça

entende e só a

guilhotina responde.

Cadeia

Nuvem

que mal ouve

e pouco chove.

Céu que se esconde

além de tudo

que se move.

Chorar não molha.

Olhar passa longe

de amar.

A brisa que tudo

permeia

é mera cadeia

de quem sofre

por sonhar.  

Sem Parede

Um poema 

nasce pronto

para quem 

se recusa a 

se esconder 

do pranto. 


Canto em todo

canto da vida. 

Esqueço a luta

e deito na rede. 


A vida é cama 

com nenhuma

parede. 

Terno

As linhas 
se desenham
por si e em vão. 

Cada traço esconde
um sonho, 
doce suspiro
recheado de ilusão. 

Deus se esconde,
jamais se manifesta. 
Carece de destino,
do puro caminhar. 

Será que é eterno?
Parece com meu terno, 
tantos bolsos 
difíceis de ocupar. 

domingo, 8 de dezembro de 2024

Fui, mas volto.

Gosto de entender que o mundo ficará menos alegre e mais careta quando pedir licença para sair. Nada de gloriosa autoestima, só uma sensação de pertencimento a algo maior que meu ego. O mundo sou eu e por isso me domina e instiga. Dei todos os abraços que podia dar e tantos beijos que os lábios ousaram doar. A hora da despedida promete estar longe mas nunca é cedo para glorificar a mulher que me acolheu, às filhas que ajudamos a construir, os irmãos que nos sustentam e os amigos que colhi em todo e qualquer jardim dessa única e doce vida. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Verdade

A verdade 

é uma aventura 

perigosa e incerta. 


Bate em mil portas

sem a pretensão 

de encontra-las abertas. 


Cruza fronteiras 

deixando vestígios, 

pegadas furtivas,

sombras e seus calafrios.