sábado, 23 de junho de 2012

Barba Mal Feita

A madrugada entrava silenciosa e fria pela fresta da cortina quando um suspiro mais profundo anunciou seu despertar. De início, ainda cheia de torpor, foi ganhando, num rito já conhecido, pequenos movimentos do corpo, passando pelo hálito morno do beijo até se consumar no ato concreto do amor. Liberta da languidez do gozo, começou a passar a mão nos pelos que brotavam na barba matutina. Cheia de carinho resignado disse que a havia machucado um pouco. Menos do que uma reclamação era o início de uma despedida.  

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