As orquídeas não possuem raízes fixas na terra, são exiladas no mundo das plantas que absorvem, vivem de quem as hospeda, sem espoliá-los. Quando o comunismo real se esfacela, seus filhos ficam órfãos num mundo sem ideal. A perda da ilusão para o pragmático império do mercado e do capital deixa meio mundo perdido, sem chão. O exílio é fuga vã, pois nenhum presente consegue suprir a ausência de um passado. Entretanto, ele precisa ser vivido, respirado e consumado. E quando as ações parecem tão inúteis quanto o cultivo de uma bela e enigmática flor, resta a palavra como redentora da culpa que ninguém sabia ter.
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