sexta-feira, 8 de maio de 2020

Porque "ainda" não caiu?

Por que Bolsonaro ainda não caiu? O natural escrúpulo em si retirar um eleito pelas urnas da cadeira presidência, e o medo da esperada reação de seus apaixonados e resistente defensores, fatos também presentes em 2016 e que não impediram o afastamento de Dilma, não explicam as razões de uma personalidade tão despreparada ser mantida no governo, apesar dos inúmeros crimes de responsabilidade, especialmente quanto ao desrespeito pelas medidas de isolamento social no enfrentamento a Pancovid. JMB foi eleito pelo sistema financeiro, representado na figura insípida de Guedes, mas seu vice é muito mais que defensor desse mesma política e nunca escondeu sua simpatia pelo Neoliberalismo. O problema está justamente na racionalidade de Mourão. Ao sistema financeiro não basta que sua teoria econômica seja defendida e aplicada. Para sua total aceitação e consequente assimilação é imprescindível que a figura do Estado seja diminuída ao ponto de ser ridicularizada. E nisso ninguém ganha do Jair. Ao não conseguir discernir o pessoal do público, ele relega o último a um papel hilário e ínfimo. Ao misturar as prerrogativas que cabem ao judiciário com as que cabem ao legislativo, ele joga os dois poderes num cesto de roupa suja que precisam ser lavada e purificada por ele, o Salvador. O rebaixamento do Estado, simbolicamente representado na figura de um bobo da corte que senta na cadeira real e finge que esta governando, é o alvo central do pensamento ultraconservador da elite financeira mundial que no Brasil encontrou o habitat perfeito para conservar sua hegemonia. Não a toa a grande dificuldade que vivemos em encontrar uma simbiótica solução contra os desafios impostos pelo Corona Virus. Guedes não consegue vislumbrar um mundo onde o papel do Estado passa a ser essencial, e como bom ventríloquo grita pela boca de seu "boneco" que estão destruindo o único possível modo de vida que conhece.  Se Jair cair e Mourão ocupar a presidência a politica econômica será mantida, mas perderá o símbolo máximo da imagem de um Estado incompetente. O Corona, ao exigir um papel sério, decidido, contundente e protagonista do Estado, parece até ter o RNA  vermelho da igualdade.     

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