sábado, 9 de outubro de 2021

Tropeços

Sentir a vida é diametralmente o oposto, antípoda em excelência, a viver os sentidos. A arte brinca com coisas tão tolas quanto ser crias ou criaturas. Como se fizesse vera diferença. Afinal todos somos energia, matéria, pulsões, desejos, anseios de ser mais ou ser até menos. Porque ser pequeno tem inconfessável vantagem: a de agir nos escombros, nos esconderijos da luta que não se mostra, mas queima tal brasa que aquece o sono de quem dorme ao relento de um inverno implacável e inesperado. O certo, a quem renego como pior inimigo, e o errado, onde procuro inspiração para me transformar em algo diferente, são trilhas que nos obrigamos a percorrer, sem a simplória ilusão de nos fazer construir, mas como passos em falsos, tropeços inevitáveis de uma jornada sem sentido maior que tentar amar e ser amado.

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