sexta-feira, 26 de julho de 2024

Amanhã

E se o amanhã se queixar de ser ontem na intangibilidade do tempo? 
Serei um bebê que se diverte com as fraldas tanto quanto um velho se queixa da solidão?
Morrerei sem sonhos na paz dos passarinhos sem ninho? 
Correrei livre pelos campos que jamais se encontram nos caminhos?
Dormirei feliz sugando o peito da mulher que sempre negou seu leite?
Viverei a felicidade dos que não acreditam em promessas? 
Sorrirei para os inocentes que nunca se sentiram explorados?
Chorarei em vão pelos restos de pão que ousaram cair da mesa?
Serei um miserável implorando o carinho de um cão infiel? 
Pedirei a paz que repousa em cada escombro da próxima bomba?
Sei lá!!!
O amanhã não cabe em mim. 



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