sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Olhos Sinceros

A máscara nos deu a ocasião e pediu a necessidade de voltarmos a sorrir com os olhos. Os perfeitos e exibidos dentes ultra super hiper brancos perderam parte nada insignificante de seu prestígio estético  e a utilidade mastigatória ganhou de volta a  primazia das razões para cuidarmos muito bem deles. Mas deixemos os prestativos dentes, agora manchados pelo antes temido café, para nos concentrar no olhar. As janelas da alma tiveram que reaprender a falar. Mesmo que através de lentes e escudos, os olhos recuperaram seu poder de comunicação, de interação entre os indivíduos. E o melhor é que são "quase" sempre sinceros. Não se prestam a "sorrisos amarelos". O quase fica por conta dos talentosos atores da vida real que conseguem enganar com os olhos e quase sempre carregam segundas e más intenções. Mas não percamos a inocência. Não deixemos de acreditar nos olhos. Ouçamos o que eles dizem e principalmente falemos através deles. Sejamos crianças que sem pudor social encaram os outros e reagem sinceramente com a empatia de um sorriso ou um reativo e estridente choro. Não cedamos espaço à hipocrisia. Valorizemos as relações honestas. Ninguém tem a obrigação de gostar, nem a necessidade de ser amado por todos. Está demonstrado que as pessoas mais "hábeis" têm poucas relações. Para a maioria não pode nem deve faltar é consideração e respeito. O "sorrir para todos" foi escondido pelas máscaras. A hora pede luz e o astro da vez é o sincero olhar. Que seja infinito enquanto dure.  

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