terça-feira, 17 de novembro de 2020

Ódio

Sempre desconfiei do ódio desmedido. Ele sempre esconde algo indizível, o que se tem pudor de revelar, um preconceito vergonhoso que se esconde por trás da indignação sem razões proporcionais ao tamanho da revolta. Se procurarmos desvendar o que motiva um ódio declarado descobriremos traumas profundos, quase sempre de natureza sexual ou de perda significativa do status. Ninguém quer ficar por baixo, muito menos descer do pedestal onde um dia se exibiu orgulhoso.
Acumulei poucos objetos odiosos em minha não tão curta vida, e já "quase" não os posso numerar. Penso que consegui assumir meus erros e ter encontrado meu aconchegante e próprio lugar no mundo que nem sempre me quis e amou, mas nem por isso conseguiu semear e colher, da árvore do meu viver, os frutos amargos do ódio. 
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