domingo, 1 de novembro de 2020

Tolice

Amanhã vou querer dormir. Escapar da realidade que jamais deveria ter sido sonhada. Caminhar em passos lentos e medidos por trilhas e veredas que se insinuam, prometem mistérios, deslumbram doces e bárbaros sabores. Cheirar entranhas conhecidas e descobrir delícias despudoradamente escondidas. Cair no céu e se saber pássaro: inútil e divino. Se realizar na ausência das pretensões e se descobrir tão pequeno quanto o mais esquecido dos deuses gregos. Conhecer a eternidade do momento e se sentir mais feliz que quando se tinha cabelo e nenhuma dor nas juntas. Ter nenhuma certeza ou só a de que ser feliz nunca foi nem será obrigação, mas só uma mistura de tolice com uma inocente ilusão. 

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