sábado, 20 de setembro de 2025

Cronos.

Cronos meu bem.
Lembro, 
Vero vagamente 
Do tempo em que 
Você não existia.

Tudo era um misto 
De dor e euforia
Confusão de gente
Que pouco sabia,
A noite era assim,
Maior que o dia.
E chorava quem 
Pouco entendia. 

Você chegou 
E embolsou a alegria.
Contou para todos
Que aquela euforia
Era coisa de louco,
E o que sim só valia
Era a contagem de cada 
Luz incontável do dia. 

Acordar para dormir 
Em cama macia.
Dormir para acordar
Virou foi mania.
Anotar os segundos,
Construir agendas,
Correr porque o mundo
Prendas outras exigia.

Trocar oferendas
Viajar entre as fendas
Do que existe e o deveria, 
Estradas tortas e tantas vias,
Dobras que toldam a imaginação 
E deixam topes qualquer 
Bobo coração. 

Cair não pede inocência 
Só as crianças merecem perdão.
O fundo do poço exige tanta 
Luta quanto resignação. 




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