Lembro,
Vero vagamente
Do tempo em que
Você não existia.
Tudo era um misto
De dor e euforia
Confusão de gente
Que pouco sabia,
A noite era assim,
Maior que o dia.
E chorava quem
Pouco entendia.
Você chegou
E embolsou a alegria.
Contou para todos
Que aquela euforia
Era coisa de louco,
E o que sim só valia
Era a contagem de cada
Luz incontável do dia.
Acordar para dormir
Em cama macia.
Dormir para acordar
Virou foi mania.
Anotar os segundos,
Construir agendas,
Correr porque o mundo
Prendas outras exigia.
Trocar oferendas
Viajar entre as fendas
Do que existe e o deveria,
Estradas tortas e tantas vias,
Dobras que toldam a imaginação
E deixam topes qualquer
Bobo coração.
Cair não pede inocência
Só as crianças merecem perdão.
O fundo do poço exige tanta
Luta quanto resignação.
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