sábado, 4 de fevereiro de 2012

Descansa


Descansa.
Eu te queria eterno,
Mas meu desejo é impotente
Diante da transitoriedade
Da aventura humana.

Fecha definitivamente
Teus olhos e deixa para nós
A amarga missão de viver num mundo
Sem tua doce presença.

Sei,
Não me ouves.
Por tua linda luta
Foste recompensado
Com a glória da eternidade
No universo de nossa memória,
Onde desconheces a dor
E ganhastes a indiferença
Que só é permitida
Aos seres divinos.

Não posso mais contar
Com teu acalanto para
Minha tristeza,
Mas posso sentir,
Resgatando a lembrança de
Tua paterna serenidade,
O consolo que preciso
Para seguir amando um mundo
Por demais imperfeito.

Descansa.
Abraça a morte
Como alívio
Para teu sofrer,
Como recompensa
Por uma vida
Plena de dignidade
E que agora te cobra
Pelo longo caminhar.

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