quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Abraço de Natal

Onde ficou, 
Perdido nas veias
Desse ano doido,
O abraço que pedi? 

As mãos se recolheram,
Os braços se intimidaram,
Os rostos mantiveram 
A devida distância 
Exigida pela responsabilidade
Com o outro. 

O dia mais lindo do ano
Ficou estranho sem a
Intimidade que sempre o 
Temperou de emoção. 

Sim, somos eminentemente
Seres abandonados e 
Entregues a mais terna e
Louca ditadura do sentir.

Por isso ficou
Quase impossível 
Arrancar um consolo 
Para tão estranha realidade.

O abraço que pedi 
Teve que se transformar
Em sonho virtual de 
Entes unidos por algo
Bem maior que a mera
Presença física. 

O abraço ficou menos 
Apertado, mas ganhou 
Um significado que 
Transcende a matéria.

O abraço que eu pedi,
Papai Noel me deu 
Em forma de enorme esperança 
De um mundo diferente e melhor. 

E se alguém rir de mim,
E disser que Noel não existe,
Vou sorrir por detrás de 
Minha máscara e sonhar 
Com dias de melhor
Inocência. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário