domingo, 20 de novembro de 2011

Dono de Casa

As estatísticas mostram que é cada dia maior o número de mulheres que trabalham e sustentam o lar. Com a informatização e robotização a indústria requer menos a mão do homem. Triste fim para quem, segundo Engels, proporcionou a evolução da espécie humana. A educação e a diminuição do preconceito colocaram a mulher em pé de igualdade no mercado de trabalho. Os homens se vêem diante de uma situação inusitada para o macho de outrora: ser sustentado pela mulher e assumir o cuidado da casa e dos filhos. Muitos não se conformam, reagem de forma agressiva ou caem no alcoolismo. Outros se adaptam muito bem, se revelam ótimos donos de casa e suplantam as destituídas rainhas do lar.
Ela reclama do sono, mas cede diante do desejo dele. Após o amor na madrugada, hora de levantar. Ela toma banho enquanto ele prepara o café que bebem juntos com pão e margarina. Vestem-se e vão pra parada do ônibus. Dá gosto ver os dois pombinhos espremidos no poste. Bitocas e cheirinhos no cangote. É de fazer inveja a quem passa, com saudades do próprio tempo. A lotação chega e ela sobe. Da janela acena pro marido. Volta pra casa, tira a roupa, bota um calção e vai lavar a louça do café. A tarde ela liga do trabalho, “Amor, esqueci de te avisar. Vou chegar mais tarde. Hoje é a confraternização de Natal da firma. Tchau, beijo”. Baixa o telefone, se deita no sofá e liga a TV. “Oba, hoje não preciso preparar jantar”.    

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