sexta-feira, 9 de março de 2012

Oito de Março


Ontem, 08 de Março, dormi com remorso por não ter escrito nada sobre o Dia Internacional da Mulher. Confesso que tentei, até escrevi algumas linhas, mas que não convenceram nem a mim mesmo. E escrever sem sinceridade é o mesmo que declarar amor a quem não se ama. Hoje minha mulher comentou que adorara o discurso da nossa presidenta Dilma sobre o dia de ontem. Achou-o sóbrio e coerente, sem pieguices. Disse, para consolo de minha dorida alma, que não se identificava com o tal dia, nem gostava de receber os parabéns, que classificou de melosos, de todos que a encontrava. Entre um cheiro e outro disse que ela é uma felizarda, pois tem uma profissão valorizada e respeitada, é independente financeiramente e tem um marido que compartilha a administração da casa e a educação das filhas (Fiz mal em puxar um pouco de lenha para minha masculina fogueira?). Dito isso, passamos a comentar que essa não é a realidade vivida pela maioria das mulheres do Brasil e do mundo. O modelo econômico que privilegia a "produção" impõe restrições ao trabalho feminino. A realidade biológica da gravidez, da maternidade com sua necessária e consequente amamentação, estabelece barreiras que desvaloriza o valor do seu labor. Felizmente esses obstáculos vêm sendo quebrados e a mulher ganha aos poucos, impossível por um passe de mágica transformar uma cultura socioeconômica de séculos, o lugar que tem direito como ser humana e cidadã produtiva e o dia em que não precisemos mais de uma data para lembrar isso certamente há de chegar.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário