quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Caixa Eletrônico.

As filas de bancos diminuíram com a expansão das caixas eletrônicas. Atualmente precisa-se ir menos às agências bancárias que, exceto em dias de pagamentos, estão relativamente vazias. Não tem sentido se perder horas em uma fila para sacar o dinheiro da cerveja do fim de semana. Hoje se faz quase tudo no caixa ou pela Internet. A tecnologia facilita enormemente a vida. Você passa o cartão na fenda da máquina, escolhe a opção desejada, aperta uns poucos botões, preenche lacunas na sequência solicitada e pronto: lá vem o dinheiro, o extrato ou o recibo de pagamento. Nada mais simples para quem nasceu na geração cibernética. Mas será tão simples assim para os idosos? A maioria mal lida com o controle da TV, exceto para ligar-desligar e trocar canais. SAP, timer, program e close caption são mistérios ainda não desvendados. Quem nunca assistiu impaciente na fila da caixa eletrônica os apuros da velhinha diante dos botões? É um passa-repassa de cartão. Cancela daqui, senha inválida dali, operação não concluída invariavelmente. Dá vontade de ajudar a coitada, mas o receio de passarmos por malandros nos planta nervosamente na fila que não anda. Agora vai, nasce uma esperança. Mas o dinheiro teima em não sair. Ela parece desistir, tem o desespero no olhar, mas tenta “pela última vez”. Não pede ajuda, o moço do banco disse que é perigoso. O senhor na porta parece tão sério. Não, agora consigo! O zum-zum-zum é geral. Um demonstra pena, outro indignado pergunta por que mandam uma velha coroca mexer com o que não sabe. Finalmente deixa o caixa. Conseguiu vozinha, pergunto com delicadeza. Ela p... da vida responde. “Que nada, diz que falta um tal de crédito”.

2 comentários:

  1. Ess é otima.

    Sempre tem alguma velinha na fila dos caixas eletronicos naquele conflito de passar o cartão e nada, muitas vezes fico só observando e terminou querendo ajudar... esse nosso comportamento é genetico só pode...
    Muito boa
    bj no teu coração criativo

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