... Quem falou
que seria fácil?
Abrir portas de
ferrolhos enferrujados.
Romper frestas
que escondem
curiosidades.
Bater,
malhar em ferro frio,
criar calos,
quebrar ossos,
cegos para o longe,
esquecidos do destino.
Um texto não lido é como um amor não correspondido. Neste espaço quero compartilhar um pouco de meus escritos, dar e pedir sugestões de leituras,filmes, músicas e ...
... Quem falou
que seria fácil?
Abrir portas de
ferrolhos enferrujados.
Romper frestas
que escondem
curiosidades.
Bater,
malhar em ferro frio,
criar calos,
quebrar ossos,
cegos para o longe,
esquecidos do destino.
... Não há arco-íris
que explique as
cores do mundo.
Ventos e nuvens
passeiam pelos céus,
sem medo de tempestade.
Há grãos suficientes para
aquiescer qualquer
pretensão de grande rocha.
A natureza do fogo é queimar,
mas encanta.
O sonho nasce na segurança
do sono, mas perturba.
A paz não habita a
pena de uma pomba.
Da guerra é a última sombra.
Afinal
tudo é espanto,
nenhuma dor,
algum pranto.
Passo sem caminho,
destino inutilmente
incerto.
Sorver tudo que
restou por perto,
sem remorso,
se perder no
labirinto para
sempre aberto.
Quero viver
até quase sempre,
sentindo cada dor
do infinito presente,
desejando o fim,
assim como quem
inocente mente.
O assim
e o assado
se confundem
nas entrelinhas
da natural
desonestidade,
tanto alheia
quanto nossa;
estupidamente
humana.
As palavras passeiam
por caminhos incertos
até caírem desajeitadas
num pedaço qualquer de papel.
Serão sinceras?
Sonham suas novelas?
Embalam como doces
ou insultam tal o fel?
Terminam por vezes
escondidas atrás de retratos,
restos de comida
que sujam os pratos,
mas jamais perdem
a força da intenção.
Nunca pedi
para ser perdoado.
Esquecido talvez,
compreendido jamais.
Furei muito
sinal fechado.
Pago todas as multas
com grandes doses
de orgulho.
Madrugadas
nem sempre são frias.
Algumas são tão quentes
quanto a pele de uma
mulher ardente.
Nos acorda suados
com uma língua
entre os dentes,
sem saber se é verdade
ou se vive o que sente.
Percorro o mundo dos
sonhos e me perco
esquecido entre as
ilusões do mérito.
Quanto querer cabe
na realidade do possível?
Multidões pulam
em abismos.
Ícaros inocentes
acreditam em asas.
Se é preciso tentar,
seja cos pés no chão.
Depois de pintar
o céu de azul,
flertar com as nuvens,
e instigar o labor das plantas,
o sol beija calorosamente
a terra que o seduz.
Sonhando alto,
passeio com as nuvens.
De pé no chão
sou comido pelas formigas.
Se há veredas no meio,
todas são minhas inimigas.
Chuva no solo certo
seria um presente de Deus.
Calor e dor rimam
aqui em baixo, na Terra.
Não pertencem aos
desígnios dos céus.
Os passos são
curtos para
justificar os destinos.
Sorrisos impossíveis,
carinhos perdidos
nas entrelinhas
entre o querer e o poder.
A cova que nos espera,
chora a teimosia do
insuportável respirar.
... Nada mais a esquerda que um voto fora de sua classe. Por isso até sorrio orgulhoso quando me acusam de apreciador de caviar. Lembro que já comi e gostei, mas não ando sonhando em espalhar aquelas bolinhas gelatinosas sobre a minha torrada e sair postando nas redes que sou chique e realizado. Prefiro a boa e proletária geleia de goiaba. Um guacamole é quase exótico para muitos, mas entra no meu cardápio semanal. As ovas de esturjão deveriam ser acessíveis a todos, assim como o arroz com passas, a picanha, os ovos de páscoa, as cervejas artesanais e os voos para a Disney, embora eu prefiro Paris. Eu e o Chico.
Cadê a solidão que
abandonei na esquina,
sem migalha ou gota?
Pode ter chovido.
Do chão um pão seco nasceu.
Criança maldita.
Nenhuma mãe quer.
Tua sorte é a franqueza.
Tiro no meio da testa.
Abismo que a planta do pé anuncia.
Vazio que o horizonte empresta.
Afago de mão fechada e vazia.