quarta-feira, 15 de abril de 2020

Sem Perdão

Não acredito na culpa, no pecado e consequentemente no perdão. Penso que somos construídos sobre o alicerce de alegrias e mágoas que vão se acumulando na nossa memória. Isto explica a relatividade das nossas reações ao discurso do outro. O que para um é uma grande "besteira", para um outro, dentro de um determinado contexto, e sob certas circunstâncias, pode ser considerado uma grave agressão. Quando se fala olho no olho, não são só as palavras que são levadas em consideração na análise do que é dito. Todo gesto do rosto, das mãos e todo corpo, assim como o tom e altura da voz, são captados por quem ouve e interfere no acaba por ser entendido.  Quando a palavra se apresenta nua e crua, fica mais difícil se analisar a real intenção de quem a escreve. Isso faz da escrita uma arma muito difícil de se usar, a menos que não nos importemos com os estragos que elas possam causar. No mundo inundado pela informação, devemos ter muito cuidado em espalhar palavras sem a devida e cuidadosa reflexão. Quase sempre é melhor calar, mesmo que corramos o risco de sermos taxados de isolados, desengajados e desinformados. 

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