quinta-feira, 23 de abril de 2020

Ter ou Ser.

Lampedusa já denunciou que os homens que ditam os rumos do mundo cedem um pouco para poderem se manter no poder. Mas mudam. A história nos conta que o poder do trabalhador, do homem comum, sempre cresceu após as pandemias dos séculos passados. A diminuição do excedente de mão de obra obrigou, pela lei do mercado, o dono do capital produtivo a se render ao capital trabalho. O novo Corona não provocará a mortalidade de 1/3 da população como outros vírus fizeram em outras oportunidades, mas a perspectiva real do aparecimento de um próximo e até possivelmente mais letal vírus, impõe que a lógica econômica da globalização, e sua consequente perda do poder dos Estados de promover ações contra os desastres, bem como a acumulação de riqueza nas mãos de tão poucos, o que diminui ainda mais as defesas contra aquelas mesmas crises, impõe que a lógica neoliberal seja questionada em sua própria razão de ser, que é a multiplicação do capital não produtivo. Por isso, e só por isso, acredito em mudanças. Esse modelo neoliberal não é mais capaz de produzir riqueza, e riqueza é Ter. Não acredito que este seja um Comunavirus, delírio até bem argumentado( eu li o artigo por inteiro) por um dos paranoicos de plantão, e nem que o homem enfim se rendará ao valor do SER. As mudanças virão pelas imposições econômicas e não ideológicas. Isso não impede que cada um de nós se descubra um novo ser. O primeiro passo pode ser o alargamento do nosso pensamento. Fortalecer nossas razões ao assimilar os motivos dos outros. Será vencedor quem sair diferente dessa grave crise.  

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