domingo, 12 de abril de 2020

Távola Redonda

Jair está isolado, digo sozinho com seu séquito de dogmáticos, contra o temível inimigo da esquerda comunista? O medo sempre foi instrumento usado como dominação e controle social das massas, repressão e eliminação do opositor. O medo não é monopólio de nenhum posicionamento político. Todos os ditadores se utilizaram dessa eficiente arma contra o pensamento livre e crítico.  Considerar o capitão expulso do Exercito um ditador seria extrapolar qualquer reflexão minimamente racional. Ele não impõe medo, ele tem medo. Ele é mais um prisioneiro de sua ignorância e infantilidade emocional e cognitiva que um candidato a tirano de um grande e pobre país. Mas voltemos ao medo. Temer é não saber para onde seguir. Estar perdido numa floresta onde um bicho feroz "pode" estar escondido atrás de cada árvore. E o que mais teme nosso "descuidado" presidente? Perder a admiração de seus iguais! Jair, ao vestir a camisa de Messias e escolher doze seguidores fiéis, não ordenou que eles disseminassem seus "ensinamentos" ao resto do mundo. Sua igreja só tem doze bancos. Não precisa de mais ninguém, só não tolera a debandada de um só que seja. Se um Judas o trair ele desata a chorar, se desespera até receber o consolo dos outros onze. Mas ver um banco vazio o enche de medo e a noite ele sonha que de dentro daquele vazio brota um monstro vermelho e desumano. Um monstro que prega a igualdade e Jair não quer ser igual a ninguém. Quer ser o Mito mesmo que só de dez ou nove fiéis. Não esperemos que todos os bancos fiquem desocupados, não vão ficar. Temos que construir um novo templo, sem lugar para ídolos, nem salvadores da pátria. Sugiro o mesmo que o Rei Artur, uma Távola Redonda, onde o espaço democrático seja real, onde cada um tenha a mesma oportunidade de falar sem medo de errar.   

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