quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ler x Escrever

Shakespeare leu em sua vida algo em torno de 14 livros, segundo artigo de uma revista, e escreveu sobre quase tudo. Esta informação mui me intriga, pois tenho lido muito ultimamente, pelo menos para o padrão brasileiro, e confesso querer e precisar ler muito mais. O prazer que um bom livro me oferece é incomensurável. É uma viagem pelo mundo do impossível, uma forma de voyeurismo, pecado que muitos praticam e poucos assumem. Ao ler, rio do ridículo alheio lembrando os meus vergonhosos defeitos. O que dizer então do ato de escrever? Parece-me que é como ler em dobro ou um exercício de imaginação ao quadrado. Escrever é me mostrar por inteiro num processo catársico que nenhum psicanalista consegue me levar. Escrever é me doar, me expor sem pudor e sem medo de parecer ridículo. Escondo-me por detrás de meus personagens, sou um covarde. Depois de muito ler me descobri carente, algo faltava nas linhas que percorria. Por mais que me identificasse com o autor, sentia sua desigualdade com meu eu. Escrevo para ocupar meu espaço, sou bicho insatisfeito que luta pelo direito de falar, gritar e ser ouvido, nem que a platéia seja eu próprio.  

Um comentário:

  1. SOU SUA FÃ...VC TEM UMA PLATEI ENORME...

    Seus textos são perfeitos e originais, vou passar todo dia, pra aprender com vc...
    bj

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